A Bíblia ensina a Trindade ou Unicidade?
Trindade é uma doutrina bíblica?
Qual é a diferença entre Trindade e Unicidade?
Essas perguntas e outras semelhantes fazem parte do cotidiano dos irmãos, em casa, na igreja e em seminários teológicos.
Sabendo da complexidade do tema, e reconhecendo haver uma infinidade de materiais que o aborda, cada um a sua maneira, trago aos irmãos leitores uma abordagem baseada nos escritos atuais, compilando-os neste artigo. Aqui não está a análise de todos os textos bíblicos, mas são respostas as afirmações do pastor Esequias Soares em seu mais novo livro de apoio da Escola Bíblica Dominical (Revista Adultos, 1º trimestre de 2025, CPAD).
Quem é Esequias Soares?
Esequias Soares é um renomado pastor da Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Jundiaí. Graduado em Hebraico pela Universidade de São Paulo e mestre em Ciências da Religião pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, ele é reconhecido por sua abordagem acadêmica e teológica em defesa da fé cristã. (Fonte: CPAD.
Esequias Soares Acesso em 30/12/2024).
O Tema do Livro
O livro Em Defesa da Fé Cristã, escrito pelo pastor Esequias Soares, examina os fundamentos bíblicos da doutrina cristã, refutando heresias e apresentando respostas às controvérsias teológicas. Sua proposta é esclarecer questões doutrinárias complexas com embasamento bíblico. (Fonte: CPAD.
Em Defesa da Fé Cristã - Livro de Apoio Adulto Acesso em 30/12/2024)).
Por que Escrevi este Artigo?
Durante a leitura do livro em foco, tomei nota de pontos que, necessitam de um debate mais aprofundado, especialmente na questão Trindade versus Unicidade. Como defensor da teologia unicista, acredito que ela representa a revelação bíblica definitiva sobre o único Deus verdadeiro, Jesus Cristo, e Sua manifestação no mundo para salvação de todo o que crê.
Neste artigo, apresento uma análise ponto a ponto, destacando equívocos e oferecendo respostas com base na doutrina bíblica unicista. Meu objetivo é proporcionar duas perspectivas aos leitores:
- Para quem busca edificação: uma oportunidade de compreender a revelação unicista e fortalecer sua fé.
- Para quem discorda: um convite ao diálogo reflexivo.
Independentemente do lado em que você esteja, este artigo foi criado para promover uma conversa teológica enriquecedora. Com a Bíblia Sagrada em mãos, orando pela revelação da autoridade bíblica, prepare-se para uma leitura informativa e desafiadora!
Objetivo
Mostrar o referencial teológico da trindade e da unicidade.
Trindade: Patrística, Declaração atanasiana, Declaração assembleiana, Bíblia (onde o pastor Esequias aponta três Pessoas distintas em Deus). A teologia do Javé distinto de Javé (Soares, p. 47). A negação da unidade absoluta de Deus (Soares, p.51).
Unicidade: somente a Bíblia.
O que me motiva?
O reconhecimento de que a teologia unicista não é heresia, e apesar disso, é muito atacada. Este ataque não vem do mundo, mas de irmãos, que poderiam juntar seus esforços em ganhar almas para Jesus Cristo. Existem muitas opiniões divergentes entre denominações, mas ninguém é demonizado por isso. Exemplo disso é o tema da predestinação, do livre arbítrio, e semelhantes. Antes de estudar o tema proposto, recomenda-se orar até sentir a paz de Deus, que excede o entendimento, sabendo que a única coisa que pode condenar o indivíduo, é a rejeição a Jesus Cristo e seu sacrifício na cruz do Calvário. Se você está em Cristo, ele te revelará toda a verdade.
1. O Estatuto ou a Bíblia Sagrada? Qual a Autoridade Doutrinária?
Afirmação: “tais ensinadores se posicionam como alguém que tem autoridade sobre a igreja e não dão o mínimo respeito ao nosso documento, a Declaração de Fé.” (Soares, p. 17).
Resposta: Respeito um documento superior, denominado Bíblia Sagrada. Ao questionar a autoridade da Declaração de Fé das Assembleias de Deus (
Resposta ao Manifesto da CGADB - Tópico 3), não me senti acima da igreja. Apenas mostrei a Bíblia. Meu e-mail não foi respondido. Debaixo da autoridade do Senhor Jesus Cristo e recorrendo ao texto da Bíblia Sagrada, posso questionar qualquer ensino, sem reivindicar uma falsa autoridade sobre a igreja de Cristo. A autoridade denominacional não representa a igreja cristã em âmbito global.
2. Questões Necessitam de Respostas
Afirmação: “Usam as redes sociais para ‘corrigir’ a Bíblia e discordar abertamente dos profetas e dos apóstolos bíblicos” (Soares, p. 17).
Resposta: Jamais discordei dos apóstolos bíblicos, e não ignoro a presença dos discordantes e blasfemadores aos milhares.
Questionei os concílios católicos aos quais a Igreja reformada em sua maioria continua subordinada, utilizando-se destes documentos como base de sua declaração de fé.
Questões necessitam de respostas. A mensagem da Bíblia Sagrada é clara e os ministérios cristãos também devem esclarecer suas posições, sem considerar os questionadores como hereges.
3. Identificando as seitas
Afirmação: “Seitas são grupos religiosos isolados que expõem uma doutrina rejeitada pela patrística e pelos reformadores do século XVI e contraria o pensamento dos apóstolos” (Soares, p. 21).
Resposta: Efésios 2.20 diz que estamos edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, sendo ele mesmo, Cristo Jesus, a pedra angular. A patrística e os reformadores são acréscimos, devendo sua autoridade ser questionada à luz da Bíblia. Nem todo grupo isolado é uma seita. Existem muitos grupos de oração e ajuda mútua que seguem a Bíblia Sagrada sem estar vinculados aos grandes impérios denominacionais. Rejeitar a patrística e seguir apenas a Bíblia não é fator identificador de uma seita.
Identifica-se uma seita com as perguntas: 1) Quem é Jesus para você? 2) Você acredita na inspiração divina total da Bíblia Sagrada? E perguntas semelhantes, sempre apontando para a Bíblia e Jesus Cristo.
4. Doutrina Unicista: O Que Ela Realmente Ensina
Afirmação: “Como homem o Verbo recebeu um nome e seu nome completo é: 'Senhor Jesus Cristo'” (Soares, p. 37).
Resposta: Os unicistas creem assim! O Verbo era Deus. Existe apenas um Deus verdadeiro, então, o Verbo era o Pai Eterno, o Todo-Poderoso, que se fez carne, manifestando–se com o nome: Senhor Jesus Cristo.
Afirmação: “o nome grego Kyrios [Senhor] é o correspondente dos nomes hebraicos Adhonay e Yahweh, e é usado tanto para o Pai como para o Filho.” (Soares, p. 38).
Resposta: Isso é a unicidade de Deus. Há um só Senhor. Não são dois, nem três.
Afirmação: “Negar a humanidade de Jesus é tão grave quanto negar a sua deidade.” (Soares, p. 38).
Resposta: A doutrina unicista crê na humanidade e deidade de Cristo, conforme a Bíblia.
Afirmação: "'elohim é, aparentemente, uma forma expandida de ’El'. Esse plural é conhecido como pluralis excellentiae ou maiestatis [plural de excelência ou majestático]. Segundo RASHI, ‘o plural de majestade não significa haver mais de uma pessoa na divindade’ (Soares, p. 46).”
Resposta: O pastor Esequias Soares encontrou essa afirmação de RASHI (1040–1105), erudito francês de ascendência davídica. Nós, unicistas, já temos conhecimento dessa verdade.
Observamos que o pastor Esequias, sendo trinitariano, faz declarações unicistas. Muitos escritores de livros, teólogos e músicos compartilham dessa visão. Por quê? Por ser a perspectiva puramente bíblica. O problema surge quando as tradições falam mais alto.
5. A Trindade e a Tradição: Deixando a Bíblia Falar
Afirmação: “Desde a eternidade Deus é Pai, Filho e Espírito Santo e essa verdade está em toda a Bíblia.” (Soares, p. 45).
Resposta: Que o nosso Deus e Pai é Espírito, sabemos. Recebeu o título de Filho a partir da encarnação. A referência ao Filho no Antigo Testamento é profética.
Afirmação: “O que a tradição cristã acredita e ensina tem fundamentação bíblica” (Soares, p. 45).
Resposta: Se deixarmos a Bíblia falar, a tradição não se sustentará.
Afirmação: “Essa base bíblica [pensamento trinitário] vem sendo mostrada pelos teólogos cristãos desde o período patrístico” (Soares, p. 45).
Resposta: Afirmação correta. Desde o período patrístico definiram a Trindade. Esse ensino tem data de formulação. Não começou no Gênesis, e nem na eternidade.
6. De eternidade a eternidade: Único Senhor
Afirmação: “A Bíblia, a começar pelo Antigo Testamento, mostra que existe um relacionamento intratrinitariano desde a eternidade passada (Soares, p. 47).”
Resposta: Relacionamento intratrinitariano? Biblicamente, não. Aos pequeninos, Deus revelou-se como o único Senhor. Eternidade passada? A Bíblia não nos dá sequer uma pista da eternidade passada. O ponto de partida é 'No princípio (Gênesis 1.1)'. Tudo o que sabemos parte do princípio. A eternidade passada, somente o Deus único perscruta, pois 'de eternidade a eternidade, tu és Deus (Salmo 90.2)'.
7. Javé Distinto de Javé? Respostas a essa Teologia
Afirmação: “Disse também Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança (Gn 1.26). O que o texto sagrado revela é: Javé distinto de Javé, pois com quem Javé falava na criação de Adão? (Soares, p. 47).”
Resposta: O “façamos (1.26)”, “desçamos e confundamos (11.7)” é um plural majestático. Agora, com quem Deus falava? Deus sempre se fez ouvir diante de seus anjos e de toda a criação, pois ‘troveja o Deus da glória’ (Salmo 29.3). Vamos ao contexto: em Gênesis 1.27, Deus criou o homem (e não, criaram!), e em Gênesis 11.8, o SENHOR os dispersou (Não ELES, os SENHORES!).
Afirmação: “Então Agar deu ao Senhor, que havia falado com ela, o nome de ‘Tu és o Deus que vê’. Então, o Anjo de Javé é identificado com o próprio Javé” (Soares, p. 48).
Resposta: Na explicação deste versículo, Soares confunde a teofania, manifestação de Deus (evento em que Deus se revela de forma perceptível aos sentidos humanos, seja por meio de uma visão, som ou fenômeno natural extraordinário), com uma possível “distinção de Pessoas”, ao aplicar a expressão “Javé distinto de Javé (p. 47)”. Isso vai contra a afirmação do próprio Deus: …Eu Sou, Eu somente, e mais nenhum deus além de mim (Deuteronômio 32.39).
Afirmação: [Salmo 45.6,7] “Que história é essa de o Deus do versículo 7 estar ungindo o Deus do versículo 6?” (Soares, p. 48).
Resposta: Aqui não há distinção na divindade. O texto e seu contexto (Hebreus 1.8-9) mostram que mesmo na encarnação, Jesus continuou sendo Deus.
Kidner, p. 193, afirma: “Este paradoxo é consistente com a encarnação, mas sem explicação em qualquer outro contexto”.
Jesus foi ungido como homem, para revelar-se 'O Ungido, O Cristo, O Messias, O Salvador do mundo'. Ao mundo veio como homem, mesmo sendo Deus. Mais uma vez: não se trata de uma distinção de Pessoas na divindade!
Afirmação: “Disse o Senhor ao meu Senhor: ‘Sente-se à minha direita, até que eu ponha os seus inimigos por estrado dos seus pés’” (SI 110.1). Essa passagem é o próprio Deus conversando com Deus” (Soares, p. 48).
Resposta: Discordo, pastor. Essa distinção não é de Pessoas, e sim, de naturezas. Sobre o contexto, em Mateus 22.42-45, Swaggart afirma: “o Messias era Filho de Davi — em sua linhagem — e também, o Senhor de Davi; isso foi revelado a Davi pelo Espírito Santo, unindo a Humanidade e a Deidade de Cristo (v. 43 nota)… Ele é Senhor de Davi porque ele é Deus; Ele é Filho de Davi porque Ele se fez homem por meio de Maria, da Casa de Davi [Lc 1.34-35; 3.23-38]; essa única pergunta lhes apresenta a Verdade de sua Encarnação — Deus se fez homem (v. 45 nota)”. Apresentamos o texto e o contexto, conforme a hermenêutica bíblica e reiteramos: Deus é único, imutável e indivisível. Qualquer distinção encontrada nos textos apresentados refere-se ao plural majestático, ou aparições de Deus em forma humana e angelical, ou sua encarnação (quando o Verbo se fez carne). Esses textos não provam 'Pessoas distintas' em Deus.
8. Javé é Jesus
Afirmação: “Isaías 6.3 diz que: ‘a terra está cheia da glória de Javé dos Exércitos’, entretanto, o Novo Testamento diz que esse Javé é Jesus. Compare Isaías 6.3,10 com João 12.40,41. O texto do v. 40 é uma citação de Isaías 6.10, e o v. 41, de Isaías 6.3. Assim, a Bíblia ensina que Jesus é o Deus-Javé dos Exércitos. O versículo 3 diz que: ‘a terra está cheia da glória de Javé dos Exércitos’, mas o Novo Testamento revela que esse Javé dos Exércitos é o próprio Cristo” (Soares, p.49).
Resposta: A doutrina unicista crê e ensina dessa forma, e tem argumento único, sem distinções e sem duplos argumentos. Como observei: em debates com os russellitas, trinitarianos tornam-se unicistas
Afirmação: “Isaías disse isso porque viu a glória dele e falou a respeito dele” (Jo 12.39-41). Então, a terra está cheia da glória do Filho. Mas, a palavra profética não se restringe somente a Cristo, o Espírito Santo é identificado também com o Javé de Isaías 6.8-10. Isaías ouviu a voz de Javé (v. 8), no entanto, o apóstolo Paulo afirma que foi o Espírito Santo quem falou (At 28.25-27)” (Soares, p. 49).
Resposta: Três Pessoas falaram, ou o Espírito Santo falou? A Bíblia afirma: Um só Espírito, Um só Senhor, Um só Deus (Efésios 4.4-6).
9. O embrião da Trindade
Afirmação: “Do mesmo modo como o Filho, o Espírito Santo também é identificado com o mesmo Deus Javé de Israel, assim, essa visão de Isaías é uma revelação, ainda que embrionária da Trindade.” (Soares, p. 49).
Resposta: Com todo respeito, discordo dessa interpretação. Não encontramos no texto de Isaías, nem em outras passagens das Escrituras, qualquer indício de que Deus tenha se revelado de forma “embrionária” como uma Trindade. A ideia de “embrião” da Trindade parece ser uma construção teológica posterior, influenciada pela patrística e pelos concílios, mas que não tem base explícita no texto bíblico.
A revelação de Deus no Antigo Testamento é clara: “Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor” (Deuteronômio 6.4). Este monoteísmo absoluto é reafirmado em toda a Escritura, e a doutrina unicista entende que a plenitude de Deus foi revelada em Jesus Cristo (Colossenses 2.9), sem fragmentação de Sua essência.
Portanto, embora a Trindade seja uma crença central para muitos cristãos, ela não pode ser considerada uma revelação bíblica progressiva, mas sim um equívoco teológico construído a partir de tradições humanas.
10. Minhas opiniões e a afirmação bíblica
Afirmação: “Delitzsch via a Trindade nessa passagem [Isaías 63.8-14], o Pai no v. 8, o Filho no v. 9 e o Espírito Santo no v. 10.” (Soares, p. 50).
Resposta: Delitzsch via assim, e os patrísticos veem assim. Também tenho diversas opiniões, mas o meu Deus disse: … Eu Sou, Eu somente, e mais nenhum deus além de mim (Deuteronômio 32.39). Minhas opiniões não podem ir contra a afirmação de Deus, o único Deus verdadeiro!
Afirmação: “O Antigo Testamento monoteísta: “Escute, Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor” (Dt 6.4). A palavra hebraica 'ehad, traduzida por “único” nessa passagem, significa “um, mesmo, único, primeiro, cada, uma vez”. Isso tem implicações trinitárias” (Soares, p. 50).
Resposta: Onde estão as implicações trinitárias? Um judeu sincero pode ver uma unidade composta nesse texto? Um termo deve depender do contexto, e não o contrário.
Afirmação: “... No entanto, [o tetragrama ‘YHWH’] aplica-se também à Trindade (SI 83.18)” (Soares, p.51).
Resposta: Salmo 83.18 fala da Trindade? Leiam e comprovem: E reconhecerão que só tu, cujo nome é SENHOR, és o Altíssimo sobre toda a terra. Essa sequência de versículos, quando não são lidos, respaldam qualquer afirmação. Mas o estudo sério, consiste em ler cada versículo, perguntando ao texto se as coisas realmente são assim.
11. A negação da unidade absoluta de Deus
Afirmação: “pois a unidade de Deus não é absoluta.” (Soares, p. 51).
Resposta: Pastor Esequias, você conseguiu perscrutar a essência de Deus, descobrindo não ser uma unidade absoluta? O que Deus diz? … Eu Sou, Eu somente, e mais nenhum deus além de mim (Deuteronômio 32.39). Não o considerar absoluto, é equivalente a negar sua suficiência, transcendência e onipresença.
Afirmação: “[Mateus 28.19] … ‘Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo’. Essa é a passagem bíblica mais contundente em favor da Trindade porque menciona um único nome e três pessoas. Nela está o conceito trinitário muito claro e vívido.” (Soares, p. 52).
Resposta: Texto sem contexto é pretexto! O Nome está implícito. Pai, Filho e Espírito Santo são títulos. Ao olhar para o meu pai e chamá-lo de pai, estou mencionando o nome dele, ou o que ele é para mim? Quando um pai diz carinhosamente: meu filho! Está dizendo o nome do filho? Se assim fosse, todos os pais registrariam os que fossem deles gerados com o nome 'Filho'. Sou homem: esse é meu nome? Deus é Espírito: esse é o nome de Deus? O nome revelado à igreja é unicamente o nome de Jesus Cristo. Nem mesmo os trinitarianos invocam “Trindade” ou “Pai, Filho e Espírito Santo”, na realização de curas e expulsão de demônios. Tudo é feito em nome de Jesus.
Afirmação: “[1 Coríntios 12.4-6] O ‘Espírito’ (v.4) é o Espírito Santo. O ‘Senhor’ (v. 5) refere-se ao Filho, e ‘Deus’ (v. 6), ao Pai.” (Soares, p. 52).
Resposta: Os dons ficaram para o Espírito, os serviços, para o Senhor, e as realizações, para o Pai? Olhe para o contexto: o mesmo Deus opera tudo em todos (v.6) Não digo mais: vamos ao texto, mas: vamos ao texto e seu contexto!
12. Quem é o primeiro e o último?
Afirmação: “[1 Coríntios 12.4-6] O apóstolo ensina a unidade de Deus, uma só essência e substância, em diversidade de manifestações de cada Pessoa distinta. Nessa Trindade, não há primeiro nem último, as três Pessoas são iguais, nessa passagem estão na ordem inversa em relação a Mateus 28.19" (Soares, p. 52).
Resposta: Em Apocalipse 1.17, Jesus Cristo se declara o primeiro e o último. Isso derruba o argumento trinitário das 'distinções divinas'. É impossível criar uma doutrina proveniente da tradição de homens que não contrarie o texto puramente bíblico.
13. A graça, o amor e a comunhão
Afirmação: “2 Coríntios 13.13. ‘A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo seja com todos vocês’. A Trindade, […] em 2 Coríntios 13.13 [começa] com o Filho.” (Soares, p. 52).
Resposta: Aqui o apóstolo inicia invocando a graça do Senhor Jesus Cristo. Este é o Nome! Você acredita que Jesus é aquele que nos ama e que nos libertou dos nossos pecados por meio do seu sangue (Apocalipse 1.5)? Então, o amor de Deus não é o amor de outra Pessoa senão de Jesus. E a comunhão do Espírito Santo? Jesus está com os que se reúnem em Seu Nome (Mateus 18.20). Isso é comunhão. Você pode ver Jesus e tocá-lo, como Tomé? Não. Isso porque Jesus Cristo faz-se presente em Espírito. Entendes? Tudo está em Jesus! Essa estrutura com tripartição é um recurso literário para melhor assimilação e compreensão da mensagem. João saúda seus leitores com a graça de nosso Senhor Jesus Cristo (Apocalipse 22.21) e sabemos que essa saudação não está incompleta. A graça de nosso Senhor Jesus Cristo traz consigo o amor e a comunhão, sem a necessidade de coparticipação entre três Pessoas distintas.
14. Pai, Filho e Espírito Santo: manifestações de Deus
Afirmação: “Deus é Pai, Filho e Espírito Santo na concepção paulina.” (Soares, p. 52).
Resposta: A doutrina unicista não nega o Pai, o Filho e o Espírito Santo. A Bíblia não respalda a ideia de três Pessoas, e sim, manifestações de Deus.
15. Operações do único Deus
Afirmação: “[Efésios 4.4-6] Essa passagem mostra a distinção de operações e funções do Deus trino.” (Soares, p. 53).
Resposta: São as distinções de operações e funções do Deus único. Não existe a indicação 'Deus trino' no texto, e sim, um só Deus e pai de todos.
16. Pessoas? Mostre na Bíblia!
Afirmação: “não confundir as Pessoas, Pai é Pai, Filho é Filho e Espírito Santo é Espírito Santo. Um só Pai, um só Filho e um só Espírito Santo” (Soares, p. 53).
Resposta: Pessoas? Mostre na Bíblia! Sem confundir, mas: o Filho é o Pai da Eternidade em Isaías 9.6. A lógica não alcança a revelação. Tem lógica dizer que o Cordeiro é Leão (Apocalipse 5.5,6)?
Afirmação: “As três pessoas estão presentes, agindo cada uma na sua esfera de atuação, em perfeita harmonia e perfeita unidade.” (Soares, p. 53).
Resposta: Essa afirmação não está na Bíblia. Apresento a seguinte resposta bíblica: Eu, Sou, eu somente, e mais nenhum deus além de mim (Deuteronômio 32.39).
17. Tripartição: Recurso Textual e não Doutrina
Afirmação: “1 Pedro 1.2. ‘Eleitos, segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a obediência e a aspersão do sangue de Jesus Cristo’. A salvação é obra do Deus trino” (Soares, p.53).
Resposta: Esse texto declara a atuação de Deus na eternidade e na atualidade, trazendo à memória o sacrifício de Jesus Cristo, a obra completa, consumada na cruz do Calvário, para nossa salvação e proteção. O sangue de Jesus Cristo é aspergido sobre todo o que anda na luz (1 João 1.7). Não há, aqui, a indicação de três Pessoas distintas atuando cada um em uma esfera.
Afirmação: “Há ainda várias passagens tripartidas no Novo Testamento que revelam a Trindade.” (Soares, p. 53).
Resposta: Cada texto deve ser comentado em seu contexto. Isso é o que muitos deixam passar. Colecionam as indicações textuais sem, contudo, ler e entender. Um texto com o recurso literário da estrutura tripartida, é amplamente usado na literatura e em outras formas de discurso para organizar ideias em três partes distintas. Pode ser aplicada em diferentes contextos, como narrativas, discursos e textos argumentativos. Essa estrutura é eficaz porque facilita a compreensão e retém a atenção do público, além de ser uma forma equilibrada e harmônica de apresentar ideias. Trata-se de um recurso utilizado em qualquer discurso, incluindo os seculares. Não há três Pessoas distintas nos textos tripartidos ora apresentados.
18. Deus e Senhor: Três?
Afirmação: “Cada uma dessas Pessoas é chamada, individualmente, de Deus e Senhor.” (Soares, p. 53).
Resposta: Há um só Deus e Senhor (Efésios 4.5, 6). Isso elimina a possibilidade de haver três Pessoas distintas na divindade.
19. Identidades Distintas?
Afirmação: “Até reconhecemos que o termo ‘pessoa’ é inadequado para aplicar às três identidades distintas da Trindade.” (Soares, p. 53).
Resposta: O doutor Esequias fala de três Pessoas, mas reconhece ser um termo inadequado. A doutrina unicista rejeita esse termo, por não estar na Bíblia.
Afirmação: “… quando o assunto diz respeito às três Pessoas da Trindade… não se trata de três seres, indivíduos ou sujeitos, mas de três identidades conscientes” (Soares, p. 54).
Resposta: A identidade consciente amou o mundo, e enviou a outra identidade consciente. Enviou, também, outra identidade consciente no Pentecostes. Essa é a confusão de quem utiliza as metáforas e parábolas como se fossem a aplicação final. Deixemos a Bíblia falar! Assim é melhor!
Afirmação: “Quando falamos, portanto, das três Pessoas da Trindade, não estamos falando de três Seres.” (Soares, p. 54).
Resposta: Até chegar nesse ponto, a grande maioria dos irmãos trinitarianos “contempla com os olhos” três seres. Há uma confusão nessa explicação, pois, três identidades distintas seriam, sem dúvida, três Pessoas, três seres. Por isso defendo a teologia unicista, cujo fundamento é a revelação do Senhor Jesus Cristo.
20. A suficiência das Escrituras Sagradas
Afirmação: “Assim, chegou um momento em que a simples repetição de passagens bíblicas já não era mais suficiente.” (Soares, p. 54).
Resposta: Para mim, repetir passagens das Escrituras ainda é suficiente. Sempre será. Meu exemplo é Jesus, que venceu no deserto com a repetição de textos do Antigo Testamento. A leitura dentro do contexto, sem acréscimos, é sadia. Além disso, é vital a oração pela revelação divina.
21. Eu e o Pai Somos Um: O que Isso Significa?
Afirmação: “(Soares, p. 57) O título de 'Pai' se diferencia dos demais títulos e funções de Deus porque nunca se aplica a Jesus nem ao Espírito Santo.
Resposta: Reconheço que o pastor Esequias Soares, nesta afirmação particular, identifica o “Pai” como um título, e não como um nome, como ensina a doutrina unicista. No entanto, discordo da lógica apresentada. Quando Jesus declarou: “Eu e o Pai somos um” (João 10.30), Ele revelou algo profundo sobre sua identidade divina. Se são um, Jesus é o Pai.
Essa verdade não está restrita a Isaías 9.6, onde Jesus é chamado de “Pai da Eternidade”. Textos como João 14.7 reforçam essa compreensão: “Se vós me conhecêsseis, também conheceríeis a meu Pai; e já desde agora o conheceis e o tendes visto.” Aqui, Jesus claramente aponta para si como a revelação do Pai. Deus estava em Cristo reconciliando o mundo consigo mesmo (2 Coríntios 5.18), o que evidencia que o Pai habitava no Filho em plenitude.
A figura do Pastor nas Escrituras também ilustra essa verdade. No Salmo 23, o Senhor é o Pastor. Em João 10, Jesus declara ser o Bom Pastor. Ambos os textos apontam para o mesmo Senhor, o único Deus.
Quanto à natureza de Deus, Jesus afirmou à mulher samaritana: “Deus é Espírito” (João 4.24). Esse Espírito é o Pai: um só Espírito. Não há distinções ou divisões na essência divina.
Meu convite ao pastor Esequias e a todos os leitores é que consideremos essas passagens com mente aberta, permitindo que o texto bíblico revele sua profundidade sem que nos limitemos a conceitos teológicos que obscureçam a simplicidade da verdade divina. Afinal, como Paulo escreve, “a letra mata, mas o Espírito vivifica” (2 Coríntios 3.6).
Que possamos abraçar essa revelação com humildade e gratidão, reconhecendo a plenitude de Deus manifestada em Jesus Cristo.
22. O Filho do Pai: Compreendendo a expressão
Afirmação: “(Soares, p. 57) o Filho é Deus igual ao Pai (Jo 5.17,18; 10.30), mas não é o Pai, senão 'o Filho do Pai' (2 Jo 3)”.
Resposta: A expressão Jesus Cristo, o Filho do Pai (2 João 3) e semelhantes (Efésios 1.3), aplica-se ao testemunho de que Jesus Cristo veio em carne. Não serve para provar a existência de “três Pessoas em um Deus”, a “distinção de Pessoas na divindade”
Jesus não é Filho de Deus no sentido como concebemos um pai e um filho. Deus não se casou e teve um filho. Jesus é Filho de Deus no sentido que Ele é Deus manifestado em forma humana (João 1.1,14). Got Questions.
23. Falando em terceira pessoa
Afirmação: “Muitas vezes, o Senhor Jesus se dirigia ao Pai como outra Pessoa (Mt 20.23; Mt 26.39,42); também, nos seus discursos (Jo 5.18-23; 8.19; 10.18; 11.41,42); e, na oração sacerdotal de Jesus em João 17. Trata-se de um relacionamento do tipo eu, tu, ele. Isso pode ser visto quando Ele anuncia a vinda do Consolador, emprega a terceira pessoa (Jo 14.16,26).” (Soares, p.59).
Resposta: A linguagem em terceira pessoa utilizada por Jesus ao se referir ao Pai e ao Consolador não necessariamente aponta para a existência de três Pessoas distintas. Pelo contrário, ela reforça o testemunho de que Jesus Cristo veio em carne.
Em João 17.3, por exemplo, Jesus menciona a si mesmo como “Jesus Cristo” em terceira pessoa. Ele estaria se referindo a outra pessoa? Certamente não. Esse uso de linguagem é comum nos Evangelhos, onde Jesus frequentemente fala do “Filho do Homem” em terceira pessoa. Novamente, isso não indica outra pessoa além d’Ele mesmo.
A escolha de palavras de Jesus reflete uma pedagogia divina, visando comunicar verdades profundas de forma que os ouvintes da época pudessem compreender. Assim, ao interpretar essas passagens, é importante considerar o contexto e o propósito da mensagem, evitando conclusões que extrapolem o testemunho das Escrituras.
24. Assim fui instruído: igual Saulo
Afirmação: “salta à vista de qualquer leitor da Bíblia a distinção dessas três pessoas da Trindade, a começar pelo batismo de Jesus (Mt 3.16).” (Soares, p. 59).
Resposta: Sim. Esse ensino foi o primeiro a saltar em minhas leituras bíblicas. Não que a Bíblia ensinasse assim, mas porque fui instruído assim. Lembra-se de Saulo? Era zeloso da Lei, nas palavras de Stott: profundamente sincero, mas sinceramente enganado. Enquanto o doutor Esequias procura demonizar a doutrina unicista, nós perguntamos: você é servo de Jesus? Ótimo, também somos. Esse Jesus é Deus? Ah, sim. Sirvo a esse Deus.
25. O Batismo de Jesus e a Onipresença de Deus
Afirmação: “A manifestação das três pessoas é inconfundível no batismo de Jesus, o Filho saindo das águas do Jordão, o Espírito Santo descendo sobre Ele e a voz do Pai falando desde o céu.” (Soares, p. 59).
Resposta: Por, favor, pastor Esequias, explique-me, à luz deste mesmo texto, a onipresença de Deus. Diga-me como é o ir e vir de Deus: é uma manifestação especial, ou Deus precisa deslocar-se de uma parte a outra? Sei que você conseguirá explicar, pois sua Bíblia é igual à minha.
26. Jesus e o testemunho
Afirmação: “Reiteradas vezes, Jesus deixou claro que ele é uma Pessoa e o Pai outra: Também na Lei de vocês está escrito que o testemunho de duas pessoas é verdadeiro. Eu dou testemunho de mim mesmo, e o Pai, que me enviou, também dá testemunho de mim (Jo 8.16,17)” (Soares, p. 59).
Resposta: No texto em foco, Jesus Cristo, tem o testemunho não apenas como homem, mas também em sua divindade. Boor, p.208 observa: “essa segunda testemunha não é uma que pode ser convocada por juízes humanos e ‘interrogada’. Esse testemunho de Deus é captado somente por aquele que abre o seu coração com fé [...] Jesus somente é reconhecido pelo testemunho de Deus, e somente no próprio Jesus pode ser encontrado Deus, a testemunha a favor de Jesus.” Permanece aqui, a distinção entre a natureza humana e divina de Jesus. Para fundamentar a Trindade, no texto apresentado, deveriam ter outras duas Pessoas, para testificar de Jesus.
27. A oração de Jesus
Afirmação: “E a vida eterna é esta: que conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste” (Jo 17.3). Isso significa que a Trindade é essencial no plano divino da salvação.” (Soares, p. 59).
Resposta: Nós, unicistas, somos participantes da vida eterna. Cremos no único Deus, e cremos em Jesus Cristo, enviado por Deus. Essa distinção não é de Pessoas, senão de naturezas. A mensagem ao carcereiro de Filipos foi: Crê no Senhor Jesus e serás salvo, tu e tua casa (Atos 16.31). Faltou algo aqui? Quem atribui a salvação à três Pessoas, é a patrística e seus seguidores. A salvação está em Jesus e não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu, não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos (Cf. Atos 4.11, 12). Faltou alguém aqui? Responda-me, por favor!
28. Ataque à Doutrina Unicista
Afirmação: “Eram duas as principais heresias contra a Trindade: o unicismo e o unitarismo. Ambas contrárias ao pensamento cristão apostólico, rejeitadas pelas igrejas antigas e condenadas pelos principais ramos do cristianismo.” (Soares, p. 54).
Resposta: Se a doutrina unicista fosse aceita desde o princípio, permaneceria a pura interpretação bíblica, sem a formulação da Trindade. A doutrina unicista não é heresia!
Afirmação: “Os monarquianistas modalistas não negavam a divindade do Filho nem a do Espírito Santo, mas sim, a distinção destas Pessoas, o que é, diametralmente, oposto aos ensinos do Novo Testamento, visto que este ensina a unidade composta de Deus em três Pessoas distintas. Esses modalistas pregavam a unidade absoluta de Deus. Seus principais representantes foram Noeto, Práxeas e Sabélio.” (Soares, p. 55).
Resposta: Os defensores da trindade afirmam contundentemente que esse ensino está presente no Novo Testamento. Em minhas pesquisas, tanto na Bíblia quanto em subsídios teológicos, não encontrei respaldo para essa afirmação. Antes, Burckland (p.599), esclarece que “o problema quanto à existência de três em um só não está formulado no NT e muito menos resolvido.”
Afirmação: “Dionísio de Alexandria enfrentou o próprio Sabélio, derrotando o sabelianismo. Depois disso, o cristianismo passou a repudiar esse pensamento e o combate a essa heresia continuou até que ela desaparecesse completamente da história.” (Soares, p. 55, 56).
Resposta: Prazer, estamos aqui, mais vivos que nunca. Pois nele vivemos, e nos movemos, e existimos (Atos 17.28).
Afirmação: “Os principais movimentos unicistas de hoje são os movimentos, Só Jesus, Tabernáculo da Fé e a Igreja Voz da Verdade, do conjunto musical de mesmo nome, que se constitui no principal grupo unicista no Brasil, que se destaca por causa do seu grupo musical.” (Soares, p. 56).
Resposta: Desde a infância, ouvi sobre a rejeição dos ensinamentos da unicidade de Deus. Eu não aceitaria a doutrina unicista, se não fosse por meio das músicas do ministério Voz da Verdade. Minha decepção inicial transformou-se em pesquisa, e consequentemente a descoberta da verdade. A patrística rejeitou essa doutrina, mas a Bíblia apenas a confirma, sem precisar de fórmulas.
Afirmação: “Tudo isso [pontos fundamentais unicistas] é contrário à ortodoxia cristã universal e, em particular, à nossa doutrina.” (Soares, p. 56).
Resposta: A ortodoxia cristã universal é 100% bíblica? A 'nossa doutrina' defendida pelo autor, é o ensino puro, bíblico? Seu fundamento é Jesus Cristo, ou fórmulas? Se tudo estava 'perfeitamente em seu lugar' por que ocorreu a Reforma? Será que a Reforma solucionou todos os pontos cruciais da doutrina dos apóstolos? Por estas, e outras questões já abordadas, devemos abraçar a verdade bíblica. Nenhum mortal conhece todas as coisas, porque em parte conhecemos (1 Coríntios 13.9), e por isso, nossa resposta final está na revelação bíblica. O fundamento é Jesus, e não a ortodoxia.
Afirmação: “O Deus deles [dos unicistas] não é o mesmo revelado nas Escrituras, é outra divindade.” (Soares, p. 56).
Resposta: Pastor Esequias, permita-me apresentar-lhe o Deus dos irmãos unicistas: É aquele que é, que era e que há de vir, o Todo-Poderoso (Apocalipse 1.8). É o Deus que no princípio disse haja luz (Gênesis 1.3). É o Alfa e o Ômega, o Primeiro e o Último, o Princípio e o Fim (Apocalipse 22.13). A igreja aguarda sua volta. O Nome dele é Jesus. A base desse ensino não está na patrística, mas nos 66 livros da Bíblia.
Afirmação: “Todos esses grupos [unicistas] pregam que o Pai, o Filho e Espírito Santo são uma só Pessoa, e não três Pessoas em uma só divindade.” (Soares, p. 56).
Resposta: O Deus verdadeiro é único, indivisível. Mesmo sendo um só Deus, é Todo-Poderoso, eterno, absoluto, onipresente. A mão do SENHOR não está encolhida, para que não possa salvar (Isaías 59.1). Aprouve a Deus salvar muitas almas que ouviram mensagens cantadas pelos nossos irmãos unicistas. Estão espalhadas pelas igrejas em todo o mundo. Muitos já partiram para a glória, e tenho certeza que não foram para o céu errado. Sim, estão contemplando a face adorada de Jesus, na mansão dourada.
Afirmação: “Todos esses grupos religiosos heterodoxos pinçam a Bíblia aqui e acolá em busca de subsídios para consubstanciar suas crenças peculiares, e, assim, poderem dar às suas doutrinas uma roupagem bíblica.” (Soares, p.56).
Resposta: Provei e continuarei provando que o oposto é a verdade. Os mestres da trindade, teólogos patrísticos, pinçam a trindade até nos textos tripartidos. A doutrina unicista segue a linha bíblica de Gênesis ao Apocalipse, mostrando que o Deus da criação é o mesmo Deus da consumação, imutável e sem necessidade de sócios para cumprir seus propósitos. Não sou ignorante quanto ao crescimento de heresias, como cumprimento da Palavra de Deus (Mateus 24.11), mas a doutrina unicista não é heresia.
Afirmação: “[João 10.30] Assim, Jesus está falando de duas Pessoas numa só divindade. Além disso, o verbo está no plural “somos” e não no singular “sou”; não pode, portanto, Pai e Filho serem uma mesma Pessoa.” (Soares, p.57).
Resposta: Permita-me dizer que Jesus Cristo, em sua forma humana, afirmou ser um com o Pai. Duas naturezas (não Pessoas). Jesus demonstrou que apesar de estar sendo visto como homem de carne e osso, … Eu e o Pai somos um. Isso causou revolta nos judeus, pois, conforme responderam: sendo tu homem, te fazes Deus a ti mesmo (v. 33). Eles entenderam. Você entende?
Afirmação: “[João 14.10] contraria os argumentos unicistas” (Soares, p. 58).
Resposta: Não há contrariedade. Não fugimos ao debate. Jesus esclareceu que apesar de estar em um corpo humano, todas as obras realizadas eram de Deus, ou seja, Sua divindade em ação. Não é uma distinção de Pessoas, e sim, de naturezas.
Afirmação: “… o Deus deles [dos unicistas] não é o mesmo Deus revelado na Bíblia, é outra divindade [...] ‘outro Jesus, diferente daquele que nós pregamos’ (2 Co 11.4)” (Soares, p. 58).
Resposta: O outro Jesus, ao qual o apóstolo Paulo mencionou, foi o Jesus dos judaizantes. Eles pregavam que a salvação estava em Jesus e na circuncisão. Não é feita, aqui, rejeição à doutrina unicista. Paulo apresenta a suficiência de Cristo, para os que afirmam que a salvação está em Jesus e mais alguém. Pastor Esequias, você sabe do contexto, e o seu coração está patente diante de Deus! Existe diferença entre a distorção do texto por ignorância, e essa mesma prática por quem é mestre. Isso me faz recordar das palavras de Tiago, o apóstolo, que afirma que os mestres, receberão maior juízo (Tiago 3.1). Pastor Esequias, eu sei que todos seremos julgados por nossas palavras, no pensar, no falar e no escrever. Você tem ciência disso?
Afirmação: “O conceito unicista anula a obra mediadora entre Deus e os seres humanos.” (Soares, p. 58).
Resposta: Isso é uma inverdade, pastor Esequias. Você deveria aprofundar-se na doutrina unicista. Assim, você contemplaria a obra redentora de Cristo, a saber, que Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo (2 Coríntios 5.19). Como afirmei anteriormente, a doutrina unicista não deixa nada a desejar. Utilizamos a Bíblia completa, sem o 'tempero' da patrística.
Afirmação: “A salvação é obra do Deus Trino e Uno (1 Pe 1.2).” (Soares, p. 58).
Resposta: Ao Senhor pertence a salvação! (Jonas 2.9). Nossa pátria está nos céus, donde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo (Filipenses 3.20). E não há salvação em nenhum outro (Atos 4.12). Essa afirmação de que a salvação é obra do Deus Trino, não está em 1 Pedro 1.2, e sim, em Esequias Soares, capítulo 4, página 58.
Afirmação: “a fórmula batismal é ‘em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo’ (Mt 28.19).” (Soares, p. 59).
Resposta: Mais um termo patrístico. Mostre-me 'a fórmula', na Bíblia. Jesus disse: eis a fórmula? Certamente não. A patrística substitui o Nome de Jesus pela fórmula.
Afirmação: “Os unicistas mutilam a personalidade do Pai e do Filho, com a doutrina das ‘manifestações’ (1 Jo 2.22,23; 5.5,9).” (Soares, p. 59).
Resposta: Até onde sei, ninguém no mundo tem o poder de mutilar a divindade do único Deus verdadeiro. Isso limitaria sua onipotência. Leia o livro de Daniel, e perceba que ninguém saiu impune ao desafiar a Deus. Esse é o Deus bíblico. Enquanto os mestres da trindade tentam defendê-la a todo custo, os irmãos unicistas descansam debaixo das asas do único Deus, o Onipotente, Jesus Cristo. E quanto aos textos bíblicos citados?
1 João 2.22, 23 “Quem é o mentiroso, senão aquele que nega que Jesus é o Cristo? Este é o anticristo, o que nega o Pai e o Filho. Todo aquele que nega o Filho, esse não tem o Pai; aquele que confessa o Filho tem igualmente o Pai”.
Negar a Trindade não significa negar o Pai, o Filho e o Espírito Santo, as três manifestações de Deus. Seguidores da doutrina unicista não se enquadram como mentirosos e anticristos, mas confessam o Filho, e têm igualmente o Pai.
1 João 5.5 “Quem é o que vence o mundo, senão aquele que crê ser Jesus o Filho de Deus?”
A doutrina unicista ensina que Jesus é o Filho de Deus. Sim, sabemos que Cristo foi revelado em corpo humano (1 Timóteo 3.16 NVT). Somos vencedores!
1 João 5.9. “Se admitimos o testemunho dos homens, o testemunho de Deus é maior; ora, este é o testemunho de Deus, que ele dá acerca do seu Filho”. O versículo 10 inicia com a afirmação: “Aquele que crê no Filho de Deus tem, em si, o testemunho”. A doutrina unicista não nega o Filho de Deus. Nós temos, portanto, o testemunho. Está claro, como a luz do dia, que não precisamos da Trindade patrística para crer no Pai, Filho e Espírito Santo. Cremos no Deus bíblico.
Afirmação: “Se o Pai é o mesmo Filho, como pregam os unicistas, a quem Jesus ofereceu o sacrifício pelos nossos pecados? A quem Jesus pagou o preço da nossa redenção? (Lc 23.46). Jesus entregou o seu espírito a outra Pessoa, ao Pai.” (Soares, p. 59).
Resposta: Jesus ofereceu o sacrifício a Deus e entregou o seu espírito a Deus, como declarado nas Escrituras. No entanto, interpretar essa entrega como uma Pessoa rendendo-se a outra implicaria em subordinacionismo, uma visão que diminui a divindade de Cristo, apresentando-o apenas como um homem. Tal interpretação contradiz a própria doutrina trinitária, que sustenta que as três Pessoas têm poder e glória iguais.
A explicação reside na união das duas naturezas de Cristo — divina e humana.
Como homem, Jesus Cristo ofereceu o sacrifício a Deus. Como Deus, sua justiça é satisfeita, e nos aceita, baseado no sangue derramado na cruz do Calvário. Em Isaías 53.11, o Servo, Jesus, é descrito como justo e aquele que justifica muitos. Já em Romanos 3.26, Deus é apresentado como justo e justificador. Essa harmonia nas Escrituras reforça a unidade entre as naturezas divina e humana de Cristo, demonstrando que, na obra redentora, o próprio Deus em Cristo reconcilia o mundo consigo.
Exemplos da natureza dual de Cristo: Como homem, Jesus é o Caminho para o Pai (João 14.6). Como Deus, Ele é o destino de nossa fé, conforme suas palavras: “vos levarei para mim mesmo” (João 14.3). Como Cordeiro, comprou-nos para Deus (Apocalipse 5.9), e Paulo afirma que Jesus nos purificou para apresentar-nos a si mesmo (Efésios 5.27).
Assim, não há contradição, mas sim uma demonstração clara das duas naturezas de Cristo operando em perfeita harmonia. Ele é Deus que se fez carne, cumprindo o plano de redenção com plena soberania e amor.
Embora o pastor Esequias já conheça essa informação, ela é reiterada aqui para edificação geral e esclarecimento, garantindo que não haja dúvidas sobre o tema.
Afirmação: “O que dizer de pessoas convertidas por meio do ministério de músicas unicistas? O poder é da Palavra, e não do tal movimento, ela é a semente, mesmo sendo semeada por mãos enfermas e infeccionadas, a semente vai germinar. Jesus falou sobre isso no Sermão do Monte (Mt 7.21-23)”. (Soares, p. 60).
Resposta: analisemos o texto dado: Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus.
Muitos, naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor! Porventura, não temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres?
Então, lhes direi explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniquidade (Mateus 7.21-23).
Mais um texto erroneamente utilizado contra os unicistas! Jesus não dirá: Apartai-vos de mim, os que negais a trindade, Apartai-vos de mim, os que credes na unicidade, mas, Apartai-vos de mim, os que praticais a iniquidade! Os que praticam a iniquidade e utilizam-se do nome do Senhor Jesus, estão em todos os lugares. Inclusive, pastor Esequias, alguns comem dos seus banquetes, participam dos mesmos congressos, estão com a credencial em dia, mas Jesus não os conhece. É muito fácil aplicar um texto a qualquer pessoa, líder ou ministério, mas, antes de fazer essas aplicações, não é melhor fazer um autoexame, um checklist espiritual, com a pergunta: se Jesus voltar hoje, estarei preparado?
Considerações finais
Ao longo deste artigo, apresentei a perspectiva bíblica unicista em resposta às afirmações do pastor Esequias Soares. Embora reconheça sua dedicação à defesa da fé cristã, observo uma contradição em seus argumentos. Por exemplo, ele afirma: “Para Deus, a fé em Jesus basta para a humanidade” (Soares, p. 23). Essa é uma crença que nós, unicistas, também defendemos como fundamento bíblico. Contudo, uma barreira é levantada contra nós pela rejeição ao conceito da Trindade patrística.
O pastor Soares cita a mensagem paulina: “A salvação é um ato da graça de Deus, somos salvos pela fé em Jesus” (Gálatas 2.16; Soares, p. 30). Novamente, afirmo que os unicistas compartilham desta mesma fé. Não somos hereges. Ele também menciona: “Ninguém pode dizer que Jesus é o Senhor, senão pelo Espírito Santo” (1 Coríntios 12.3; Soares, p. 33). Esta verdade também está no cerne da crença unicista, afinal é pelo Espírito Santo que reconhecemos o senhorio absoluto de Jesus Cristo.
No entanto, Soares observa que “os dois sistemas teológicos, unicismo e trinitarianismo, são excludentes. Não é possível conciliar os dois. Um desses sistemas não é verdadeiro” (Soares, p. 60). Embora reconheça as diferenças teológicas, acredito que o ponto central da fé cristã transcende essas divergências. Em minha experiência, observo que os irmãos trinitarianos, assim como unicistas, não usam terminologia trinitária ao orar por milagres, curas ou libertação. Em momentos de profunda conexão com Deus, o Nome de Jesus e Jesus somente, é exaltado.
Quando pregamos o evangelho, o apelo não é para as pessoas aceitarem um sistema teológico, mas para entregarem suas vidas a Jesus Cristo, reconhecendo-O como único e suficiente Salvador. No final das contas, o que está em jogo não é a superioridade de um sistema doutrinário, mas a salvação das almas pelo Nome que é sobre todo nome: Jesus Cristo.
Declaro com convicção: Jesus é o Senhor! Ele é o Deus Todo-Poderoso que se manifestou em carne, nosso Salvador e Redentor. Eu confesso na vida e na morte, que tudo pra mim é Jesus.
Que o Nome de Jesus continue sendo exaltado, para a glória de Deus e para a salvação de muitos.
Conclusão
“Santifiquem a Cristo, como Senhor, no seu coração” (1 Pedro 3.15). Com esta declaração, reafirmo: Jesus Cristo é o Senhor! A doutrina unicista exalta o nome de Jesus acima de tudo, reconhecendo n’Ele a plena manifestação do único Deus verdadeiro.
Ao analisar os argumentos apresentados pelo pastor Esequias Soares, percebo um esforço em demonstrar a validade da Trindade como doutrina bíblica. Contudo, sua abordagem frequentemente recorre à patrística como referência, revelando uma dependência de tradições posteriores à revelação das Escrituras.
A unicidade de Deus, como ensina a Bíblia Sagrada, corrige equívocos teológicos, tanto do modelo trinitário atanasiano quanto das interpretações russellitas. Enquanto a Trindade promove distinções que podem gerar vulnerabilidades teológicas, a unicidade preserva a simplicidade e a clareza da fé bíblica: Deus é um (Tiago 2.19).
Essa verdade bíblica, porém, exige mais do que um assentimento intelectual. Como ensina Tiago, a fé deve ser acompanhada de obras, a ação, o testemunho vivo (Tiago 2.20), e essas obras devem refletir um coração obediente e cheio de amor aperfeiçoado (1 João 2.4-6).
A doutrina unicista fundamenta-se na totalidade das Escrituras, sem conjecturas ou tradições humanas. A Bíblia Sagrada contém não apenas as respostas para nossa vida e propósito, mas também a revelação do único Deus ilimitado e supremo. Como Deus declara através do profeta Isaías: “Com quem me comparareis, para que eu lhe seja igual?” (Isaías 46.5). Deus é incomparável, transcendente e digno de toda adoração.
Que nossa fé e obediência ao Senhor Jesus Cristo continuem sendo o testemunho vivo da verdade revelada.
Referências
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Burckland, A. R. (1857–1942). Dicionário bíblico universal/ A. R. Burckland & Lukyn Williams; tradução: Joaquim dos Santos Figueiredo. 4ª edição revisada e atualizada. São Paulo: Editora Vida, 2007. Título original: The Universal Bible Dictionary. 620 p. ISBN 978-85-7367-986-1. Compre na Amazon.
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Kidner, Derek. Salmos 1-72, Introdução e Comentário aos Livros I e II dos Salmos. Derek Kidner. Tradução: Gordon Chown. 1ª edição: 1980. Reimpressão: 2011. Título original: Psalms, An Introduction and Commentary on books I an II of the Psalms. Sociedade Religiosa Edições Vida Nova, São Paulo–SP. ISBN: 978-275-0034-0. Compre na Amazon.
Resposta ao Manifesto da CGADB — Tópico 3. EVITANDO HERESIAS DESTRUIDORAS EM NOSSAS MÚSICAS. ITIN. https://www.samuelmafra.info/2023/06/e-doutrina-unicista-uma-heresia.html
Soares, Esequias. Em Defesa da Fé Cristã. Combatendo as Antigas Heresias, que se Apresentam com Nova Aparência. Esequias Soares. 1ª edição: 2024, Rio de Janeiro–RJ, CPAD — Casa Publicadora das Assembleias de Deus. ISBN: 978-65-5968-463-2. Compre na CPAD.
Swaggart, Jimmy. Bíblia de Estudo do Expositor: Versão Textual Expositora. 2. ed. rev. Baton Rouge: Ministério de Jimmy Swaggart, 2015. 2452p. v. 1. ISBN 789-85-218-1597-4. Compre na Amazon.
YouVersion. https://www.bible.com/pt/
Link para baixar este artigo: Trindade versus Unicidade de Deus: Respondendo ao Pastor Esequias Soares
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