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Oração Poderosa: Lições Bíblicas e Experiências Pessoais para Transformar Sua Vida

Reflexões com base no Capítulo 8 do livro “Prepare-se para a Guerra”

Com toda oração e súplica, orando em todo tempo no Espírito e para isto vigiando com toda perseverança e súplica por todos os santos (Efésios 6.18). 

Introdução

A oração é um tema central na vida cristã, sendo uma prática essencial para a comunhão com Deus e o fortalecimento espiritual. Como ensinado nas Escrituras: “Orai sem cessar” (1 Tessalonicenses 5.17), a oração nos conecta com Deus, o nosso criador e salvador e nos permite viver segundo Sua vontade. A experiência de oração é única para cada pessoa, mas podemos aprender tanto com a Bíblia quanto com o testemunho de irmãos na fé, como o da autora Rebecca Brown.

Rebecca compartilha que muitos são chamados a um ministério específico de intercessão e oração, e Deus trabalha com cada indivíduo como um indivíduo. Sendo assim, cada um desenvolverá sua própria forma de falar com Deus. O mais importante é que façamos nossos pedidos ao Pai celestial em nome de Jesus Cristo, buscando sempre Sua vontade acima de qualquer desejo pessoal.

 1. Oração Contínua: Como Cumprir Efésios 6.18 e 1 Tessalonicenses 5.17

Em uma conversa com Deus, cada situação do dia a dia se transforma em um motivo de oração.

Rebecca descreve sua “vida de pensamentos” como uma conversa contínua com o Senhor, em oração constante ao longo do dia, nestas palavras: Todos possuem uma “vida de pensamentos”, e decidi fazer da minha vida de pensamentos uma conversa contínua com o Senhor. 

Esta forma de oração em pensamento, em forma de conversa, ao longo do dia, é uma forma pela qual cumprimos plenamente estes mandamentos das Escrituras, de orar em todo o tempo (Efésios 6.18; 1 Tessalonicenses 5.17).

Aplicação pessoal: Experimente dedicar seus pensamentos a Deus em cada situação do seu dia, sejam momentos de alegria ou desafio, buscando orientação divina.

2. O Papel do Espírito Santo nas Nossas Orações

Neste tópico exploramos a teologia do papel do Espírito Santo na oração, ajudando a esclarecer o papel do Consolador para aqueles que desejam orar de forma mais alinhada à vontade divina.

Rebecca afirmou sentir, muitas vezes, um forte peso por uma determinada pessoa ou situação, mas não sabia realmente como orar sobre o assunto. E em momentos assim, disse a autora, que sou tão agradecida pela obra intercessória do Espírito Santo que posso confiar. Simplesmente peço ao Espírito Santo para interceder por mim e orar conforme for mais adequado na situação. 

“Também o Espírito, semelhantemente, nos assiste em nossa fraqueza; porque não sabemos orar como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós sobremaneira, com gemidos inexprimíveis. E aquele que sonda os corações sabe qual é a mente do Espírito, porque segundo a vontade de Deus é que Ele intercede pelos santos” (Romanos 8.26-27). 

Eu, Samuel, tive experiência semelhante. Por duas vezes, senti um “peso no espírito” por meu irmão, Enoque (In Memoriam). Na primeira, questionei onde ele estava e o que fazia. Na segunda, anos depois, intercedi por sua alma, pedindo ao Senhor que não o deixasse se perder. Pouco tempo depois, Deus o recolheu, mostrando que o tempo de Deus é perfeito, e que Ele responde às nossas orações conforme Sua vontade.

Pergunta para reflexão: Você já experimentou momentos em que não sabia como orar? Como pode confiar no Espírito Santo para interceder em suas orações?

Aplicação pessoal: Em suas orações, lembre-se de convidar o Espírito Santo para interceder, especialmente quando você não souber como expressar suas necessidades.

3. A Soberania de Deus em Respostas de Oração: Quando o 'Não' é a Melhor Resposta

Trazemos à atenção um ponto importante. Devemos sempre buscar seguir a oração do Senhor: “Pai… faça-se a Tua vontade, assim na terra como no céu”. Muitas vezes fazemos exigências inflexíveis para o Senhor atuar em determinada situação de uma forma específica, quando nossa maneira é a maneira errada. Frequentemente o que parece ser “bom” para nós, não é “bom” para o Senhor.  

Muitas vezes o Senhor concede às pessoas seus pedidos devido a seu contínuo suplicar e implorar, quando a coisa que eles pedem não é de fato o que seria melhor para eles, aos olhos de Deus. Consequentemente, sofrem perda no fim. Isto é particularmente verdadeiro em casos de doença e de morte. Quantas vezes as pessoas pedem e importunam o Senhor pela vida de uma criança doente, por exemplo, quando talvez o Senhor queira levá-la para casa para poupá-la de um intenso sofrimento no futuro? Quantas vezes o Senhor quer levar um de seus servos para a sua morada para impedir que ele caia, afastando-se dele no futuro? Não devemos sempre presumir que continuar vivendo esta vida é “melhor”. Devemos ter o cuidado de sempre dizer: “Pai, seja feita a tua vontade”. Orar, baseados em nossa vontade, pode ser um desastre, como veremos a seguir.

Pergunta para reflexão: Como você lida com orações que parecem não ser respondidas da maneira que você espera? Está disposto a aceitar que o "não" de Deus pode ser a melhor resposta?

Aplicação pessoal: Ao orar, comece a praticar a entrega total à vontade de Deus, mesmo que isso signifique aceitar respostas que você não esperava. Lembre-se de que a sabedoria de Deus é maior que a nossa, e Ele conhece o que é melhor para nossas vidas.

4. O Perigo de Orar Fora da Vontade de Deus: Lições de Ezequias

A oração do rei Ezequias, pedindo a extensão de sua vida, gerou consequências desastrosas para ele e para o povo de Israel. Conhecer o que acontece quando oramos sem alinhar nossos pedidos à vontade de Deus é algo relevante, principalmente em relação a decisões de vida e morte. A história de Ezequias, conforme relatada em 2 Reis 20 e 21, oferece lições profundas.

Seria bom estudarmos essa história com cuidado e em espírito de oração. Ezequias serviu ao Senhor fielmente durante a sua vida. Um dia ele caiu doente. 

Naqueles dias adoeceu Ezequias mortalmente; e o profeta Isaías, filho de Amós, veio a ele e lhe disse: Assim diz o SENHOR: Põe em ordem a tua casa, porque morrerás, e não viverás (2 Reis 20.1).

Então, Ezequias orou fervorosamente a Deus, pedindo que prolongasse sua vida, E chorou muitíssimo (2 Reis 20.2,3). 

O Senhor ouviu a oração de Ezequias e viu suas muitas lágrimas. Assim, ele enviou o profeta de volta a ele com a mensagem:

“Ouvi a tua oração, e vi as tuas lágrimas; eis que eu te curarei; … Acrescentarei aos teus dias quinze anos” (2 Reis 20.5-6). 

Ao ler isto, a nossa primeira reação a esta resposta provavelmente seja algo como: “Que maravilhoso exemplo da misericórdia de Deus e de resposta à oração de um homem justo”. Mas, será que a oração de Ezequias foi pelo que era realmente “bom” aos olhos de Deus? Digo que os quinze anos seguintes de sua vida mostraram que não. 

Durante esse período, Ezequias mostrou seu orgulho, abrindo seus tesouros a visitantes da Babilônia, o que mais tarde resultou na destruição de Jerusalém. 

“Nenhuma cousa houve, nem em sua casa, nem em todo o seu domínio que Ezequias não lhes mostrasse. Então Isaías, o profeta, veio ao rei Ezequias, e lhe disse: Que foi que aqueles homens disseram, e donde vieram a ti? Respondeu Ezequias: Duma terra longínqua vieram, da Babilônia. Perguntou ele: Que viram em tua casa? Respondeu Ezequias: Viram tudo quanto há em minha casa; cousa nenhuma há nos meus tesouros que eu não lhes mostrasse. Então disse Isaías a Ezequias: Ouve a palavra do Senhor. Eis que virão dias em que tudo quanto houver em tua casa, com o que entesouraram teus pais até ao dia de hoje, será levado para a Babilônia; não ficará cousa alguma, disse o Senhor” (2 Reis 20.13-18).

O rei Ezequias, nos quinze anos acrescentados por Deus, mostrou-se soberbo e egoísta, pois a sentença do Senhor causou-lhe alegria em saber que os juízos não cairiam sobre o seu reino em seu tempo de vida, mas, quando ele não estivesse aqui para ver (2 Reis 20.19).

Os últimos quinze anos da vida de Ezequias são resumidos em Crônicas:

“Mas não correspondeu Ezequias aos benefícios que lhe foram feitos; pois o seu coração se exaltou. Pelo que houve ira contra ele e contra Judá e Jerusalém” (2 Crônicas 32.25).

Além disso, nesses anos extras, ele gerou Manassés, um rei perverso que levou Judá a um caminho de idolatria e derramamento de sangue (2 Reis 21.1-16).

Não é possível que o Senhor queria levar Ezequias mais cedo porque podia ver o futuro e sabia o mal que resultaria se Ezequias continuasse a viver? Nós não devemos nos apressar a presumir que sempre sabemos o que é melhor. Nem deveríamos sempre nos apressar a pedir ao Senhor que responda os nossos desejos. Devemos aprender a sempre buscar o Senhor para descobrir a sua preferência para nós, e então humilhar-nos sob a sua poderosa mão e aceitar prontamente a sua vontade para nós.

Esta história nos ensina que o que desejamos nem sempre é o que Deus considera melhor. Ao insistirmos em nossa própria vontade, podemos acabar enfrentando consequências dolorosas. Por isso, é vital que sempre busquemos a vontade de Deus em nossas orações, reconhecendo que Ele vê além do presente e sabe o que é verdadeiramente bom para nós.

Pergunta para reflexão: Em quais momentos você pode ter orado por algo que parecia bom aos seus olhos, mas que talvez não estivesse alinhado à vontade de Deus? Como você pode aprender a confiar mais na soberania de Deus?

Aplicação pessoal: Ao orar, esteja disposto a submeter seus desejos à vontade de Deus. Pratique a oração que Jesus ensinou: “Seja feita a Tua vontade”, confiando que Ele sabe o que é melhor, mesmo que você não entenda no momento.

Conclusão

Somente o Espírito Santo sabe o que está em cada coração e o que é realmente necessário em cada situação. Se estivermos em íntima oração e comunicação com o Senhor, nós seremos veículos através dos quais Ele pode trabalhar sem mesmo termos que abrir a nossa boca. 

Assim como no episódio da travessia do Mar Vermelho, há momentos em que Deus nos pede para agir, e outros em que Ele nos manda esperar e confiar (Êxodo 14.13-15). Quando estamos em constante comunhão com o Senhor, conseguimos discernir Sua voz e entender quando é o momento de avançar ou de ficar quietos.

Nos momentos de oração, Deus nos ensina humildade e confiança em sua soberania. Devemos sempre buscar Sua direção, sabendo que Ele, em Seu amor e sabedoria infinitos, sabe o que é melhor. Que aprendamos a orar com o coração submisso, pedindo sempre: “Pai, seja feita a Tua vontade”. 

Referências

Bíblia Online. https://www.bibliaonline.com.br/

Brown, Rebecca. Prepare-Se Para a Guerra. Rebecca Brown. Editora DANPREWAN. Janeiro 1998. 440 p. ISBN-10: ‎ 9788585685089. ISBN-13: ‎ 978-8585685089. Rio de Janeiro - Brasil. Compre na Amazon 

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