Introdução
Neste post, exploraremos algumas das verdades fundamentais presentes no Capítulo 2 do livro Prepare-se para a Guerra - Fazendo Alianças com Deus (pp. 27-42). Ao examinar as Escrituras e a história contemporânea, refletimos sobre as alianças que Deus estabeleceu com a humanidade e como podemos responder a elas. Questões como "Deus me chamou?", "O que Deus quer de mim?" e "Como posso responder a Deus com fé?" são comuns em nossa jornada espiritual. Aqui, estudaremos esses tópicos, reconhecendo que todos temos, de certa forma, um chamado divino que nos convida a uma aliança mais profunda com nosso Criador, Salvador e Senhor.
1. A salvação por meio de Jesus Cristo é uma nova aliança
O próprio dom de Jesus Cristo é considerado uma "nova" aliança de Deus com os homens.
"Ora, o essencial das cousas que temos dito é que possuímos tal Sumo Sacerdote, que se assentou à destra do trono da Majestade nos céus, como ministro do santuário e do verdadeiro tabernáculo que o Senhor erigiu, não o homem... Agora, com efeito, obteve Jesus ministério tanto mais excelente, quanto é Ele também Mediador de superior aliança instituída com base em superiores promessas." (Hebreus 8.1-6).
Toda pessoa que reconhece Jesus Cristo como seu salvador pessoal tem essa aliança que resultará em vida eterna (João 10.28; 1 João 2.25). Neste ponto, estamos no aspecto inicial da fé, a fé salvífica.
2. O senhorio de Jesus Cristo é o progresso da aliança
Deus faz uma aliança com cada um de nós quando pedimos a Jesus para perdoar nossos pecados e tornar-se nosso Senhor, Salvador e Mestre. A maioria dos cristãos para neste ponto, mas este não é o desejo do coração de Deus. Nós somos tão privilegiados, que Deus tem um plano especial para cada uma de nossas vidas e um trabalho especial para cada um de nós fazer. Devemos caminhar em uma fé gradual. Daqui em diante prosseguimos para o segundo aspecto da fé, a fé vitoriosa. Essa é a fé que marcou os servos de Deus no Antigo Testamento, dos quais há uma lista em Hebreus 11.
3. As alianças com Deus são históricas
Ele deseja fazer uma aliança conosco assim como fez com Noé, com Abraão, com Moisés, com Josué e assim por diante, pelas páginas de toda a Escritura. Poderíamos utilizar qualquer personagem bíblico como exemplo, mas estes são os nomes citados no livro. Faremos, portanto, a menção sumarizada destes personagens no contexto das alianças e sua aplicação.
Noé
Antes o dilúvio, Deus fez uma aliança com Noé e sua família: porque eis que eu trago um dilúvio de águas sobre a terra... Mas contigo estabelecerei a minha aliança (Gênesis 6.17,18). Pela fé, Noé, divinamente avisado das coisas que ainda não se viam, temeu e, para salvação da sua família, preparou a arca, pela qual condenou o mundo, e foi feito herdeiro da justiça que é segundo a fé (Hebreus 11.7). Essa aliança de salvação nos distingue do mundo: sabemos que somos de Deus, e que todo o mundo está no maligno (1 João 5.19).
Abraão
Deus fez uma aliança com Abraão, prometendo-lhe uma descendência numerosa e bênção para todos os seus descendentes. Abraão se tornaria pai de muitas nações. Deus cumpriu essa promessa em Isaque, Jacó e os filhos de Israel. E a bênção da promessa feita a Abraão estende-se aos que estão em Jesus Cristo. Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós; porque está escrito: maldito todo aquele que for pendurado no madeiro, para que a bênção de Abraão chegasse aos gentios por Jesus Cristo, e para que pela fé nós recebamos a promessa do Espírito (Gálatas 3.13,14).
Moisés
Durante o Êxodo, Deus estabeleceu uma aliança com Moisés e o povo de Israel no Monte Sinai. Os Dez Mandamentos (Êxodo 20) foram dados como parte dessa aliança. Deus libertou Israel da escravidão no Egito e os conduziu à Terra Prometida. Os discípulos de Jesus Cristo são livres da escravidão do pecado (João 8.31-36), segundo sua promessa, aguardando novos céus e nova terra onde habita a justiça (2 Pedro 3.13).
Josué
Após a morte de Moisés, Josué liderou Israel na conquista da Terra Prometida. Deus renovou a aliança com Josué, prometendo estar com ele e dar-lhe sucesso (Josué 1.1ss). A travessia do rio Jordão (Josué 3.1ss) e a queda das muralhas de Jericó (Josué 6.1ss) são exemplos desse cumprimento. Para Josué a mensagem foi: o Senhor, teu Deus, é contigo, por onde quer que andares (Josué 1.9). Para nós, a mensagem de Jesus Cristo é: e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém! (Mateus 28.20).
Essas histórias revelam a fidelidade de Deus em cumprir Suas promessas e Seu desejo de estabelecer relacionamentos profundos (alianças) com Seu povo.
4. A dedicação dos filhos a Deus é uma aliança
Os pais de Rebecca fizeram uma aliança com o Senhor, entregando sua filha ao seu serviço. Satanás tentou, então, matá-la desde o início, mas Deus conservou a aliança. Rebecca escreveu: "Eu gastei a maioria dos meus anos de infância sendo internada no hospital e saindo dele." Identifiquei-me com essa afirmação, pois, até os cinco anos, estive por vezes sem conta no hospital, sem conhecer todos os motivos. Não quero negar a possibilidade da manifestação de enfermidades nos servos do Senhor, e nem mesmo louvar, essas enfermidades, dando-lhes maior importância, mas nem toda enfermidade provém de fonte física. Algumas dores e fraquezas são motivadas por guerra espiritual. O que a Bíblia diz? O profeta Daniel também esteve doente devido a revelações futurísticas amedrontadoras (Daniel 8.27).
5. A aliança com Deus e sua comunicação
No vigésimo sexto ano de sua vida, Rebecca ingressou na Faculdade de Medicina. No campus universitário, ela sentiu a mão de Deus sobre sua vida, mas também enfrentou medo de frequentar igrejas devido a ensinamentos equivocados. Finalmente, ao participar de um ministério no campus, ela descobriu a possibilidade de um relacionamento pessoal com Deus e experimentou Seu amor através da comunhão com outros estudantes cristãos. Assim ela Escreveu: "Pela primeira vez na minha vida fui ensinada, por aquele ministro, que é possível ter um relacionamento pessoal com o Senhor, de forma que Ele fale e comunique-se conosco tal como Ele fez com as personagens bíblicas."
Muitas vezes somos tomados pelo medo, devido a falsos ensinos. Mas o Senhor Jesus Cristo nos conhece, nos entende e nos revela a verdade que liberta.
Em uma ocasião, Deus se comunicou comigo por meio de uma profetisa, dizendo: "Separa-te comigo". Acreditando que já tinha um relacionamento íntimo com Deus, perguntei à pastora da igreja: "Até que ponto devo me separar com Deus?" Ela indagou: "Deus te falou diretamente ou usou um profeta?" Respondi que foi por meio de um profeta. A pastora então esclareceu que Deus desejava que eu me separasse até o ponto de ouvir Sua voz diretamente, sem a necessidade de mediação profética. Ao longo dos anos, busquei o Senhor e recebi respostas tanto por meio de profetas quanto diretamente, quando Jesus Cristo falou ao meu coração e também por sonhos.
6. A aliança com Deus é multiforme
Rebecca compartilhou com um ministro que havia feito um compromisso com Deus, mas nada parecia ter acontecido. O Senhor não havia falado com ela nem uma vez, e ela não sentia nenhuma mudança interior. O ministro reagiu com um sorriso:
- "Aposto que você esperava ser atingida por um raio de luz e começar a falar em línguas, não é?"
- "Sim, não é assim que normalmente acontece?"
O ministro explicou que Deus trabalha de maneira única em cada vida. Ele citou Efésios 5:18, que ordena: "Enchei-vos do Espírito". Rebecca havia se entregado completamente a Deus, e agora precisava agradecer em fé, pedindo que Ele operasse em sua vida conforme Sua vontade. O ministro encorajou-a a continuar nesse caminho, confiando que o Senhor começaria a transformar sua vida de maneira singular.
Deus é Deus, e Ele trabalha da forma que Ele quer. Ele trabalha na vida de cada pessoa de forma diferente. A operação divina é multiforme.
7. A aliança com Deus é fonte de autoridade espiritual
A virtude do Espírito Santo é um presente, um dom disponível para conferir ousadia espiritual no serviço cristão. Essa virtude é ofertada aos que tem aliança com o Senhor, mesmo sendo a aliança inicial, por meio da fé salvífica.
O tema sobre o batismo no Espírito Santo apresenta dois extremos: a maioria dos pentecostais querem o poder sem a cruz. Poder sem entendimento é ilusão. Trata-se de um falso poder, e a pessoa iludida guerreia as cegas. É uma guerra perdida. Os tradicionais também não querem a cruz, assim eles dizem que o poder não é para os nossos dias. O simples descrédito bloqueia ao indivíduo a autoridade espiritual proporcionada pelo selo da promessa, a virtude do Espírito Santo para a proclamação do evangelho. O batismo no Espírito Santo é um tema relevante e complexo, e é importante buscar equilíbrio. Vamos explorar algumas perspectivas:
Pela compreensão bíblica, vemos que o batismo no Espírito Santo é uma experiência fundamental para os cristãos. Jesus prometeu que seus seguidores seriam batizados com o Espírito Santo (Atos 1.5), E o apóstolo Pedro, por revelação divina afirmou que essa promessa é para todos quantos Deus, nosso Senhor, chamar (Atos 2.39). Esse batismo não é apenas um poder, mas também uma capacitação para viver a vida cristã.
De posse desta compreensão, os pentecostais devem buscar compreender que o poder do Espírito Santo não é apenas para exibir dons espirituais, mas para viver uma vida transformada e obediente a Deus, e de igual modo, os tradicionalistas devem reconhecer que o Espírito Santo ainda age hoje e que o batismo no Espírito Santo não é apenas uma experiência histórica. Assim os dois extremos darão lugar ao equilíbrio prático, que consiste em estudar a Palavra de Deus para discernir os dons espirituais e usá-los com sabedoria e estar aberto à manifestação do Espírito, mas também à correção e ensino.
8. Aliança com Deus pode envolver batalha espiritual
O terceiro grande pacto que fiz com o Senhor, diz Rebecca, foi quando aceitei sua chamada para a batalha espiritual. Este é o dom da fé para operar maravilhas, obra de libertação.
O Senhor se comunicou de maneira clara com Rebecca, expressando o desejo de fazer um pacto. Os termos desse acordo eram os seguintes:
Primeiro, ela deveria entregar sua vida a Deus para ser usada no combate direto contra Satanás e seus demônios.
Em segundo lugar, ela precisava compreender que esse compromisso teria um preço elevado. Ela perderia sua carreira, sua família, todos os amigos e quase tudo o que considerava precioso. Além disso, enfrentaria sofrimento físico e emocional. No entanto, Deus prometeu estar ao seu lado durante essa jornada, revelando-se de maneira profunda e pessoal. Muitas almas seriam salvas e libertadas do cativeiro de Satanás. Ficou claro que esse compromisso era a primeira escolha divina para a vida dela.
Rebecca havia, por ordem do Senhor, trazido Elaine para morar com ela em sua casa, a fim de protegê-la do ataque dos satanistas. Depois que o Senhor as guardou em segurança, houve um breve período de espera antes do início da batalha com os demônios em Elaine. Rebecca percebeu que precisava de outro pacto com o Senhor antes de prosseguir naquela batalha, assim como Deus tinha feito aliança com Josué antes que ele cruzasse o Jordão para derrubar Jericó. Deus deteve os espíritos demoníacos inativos por cerca de duas semanas, até que Rebecca pudesse decidir sobre este novo pacto.
Todos estamos em uma batalha espiritual. Somos amados por Deus e odiados pelo inimigo, que procura destruir-nos. Aqui está o alerta do pastor Pedro: Sede sóbrios; vigiai; porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar; ao qual resisti firmes na fé, sabendo que as mesmas aflições se cumprem entre os vossos irmãos no mundo (1 Pedro 5.8,9). E o conforto das palavras de Jesus Cristo, nosso Senhor: O ladrão não vem senão a roubar, a matar, e a destruir; eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância (João 10.10).
Deus não convocou todas as pessoas para um alto grau de batalha. Atuar na área da libertação é para poucos... Se não puder fazer pelo seu bairro, faça apenas por sua família. Nunca vá onde Deus não ordenou, e não seja covarde para com aqueles que Deus te confiou. Lute por sua família. Ore sobre sua casa, seus animais, suas árvores. Reconheça as setas de longe, que objetivam tirar sua paz nas mínimas coisas. Enfim, seja vencedor, em Nome de Jesus Cristo!
9. Alianças são Individuais
Deus trata cada pessoa de maneira única e pessoal. Ele nos vê como indivíduos preciosos e está disposto a fazer aliança conosco. No entanto, muitas vezes, queremos fazer acordos com Deus baseados em nossos próprios desejos e termos. Isso pode levar a pedidos egoístas e desalinhados com a vontade divina. Vamos considerar alguns exemplos:
Pedido Egoísta: Imagine alguém orando: "Deus, dê-me riqueza e prosperidade para que eu possa viver confortavelmente." Esse pedido foca apenas nos desejos materiais da pessoa. No entanto, Deus pode desejar ensinar essa pessoa a ser generosa e a usar seus recursos para abençoar os outros.
Pedido Altruísta: Agora, considere alguém orando: "Senhor, capacita-me a ser um instrumento de bênção para os necessitados." Esse pedido está alinhado com a vontade de Deus. Nesse caso, Deus pode conceder recursos financeiros à pessoa, mas com a expectativa de que ela os compartilhe com os menos afortunados.
Um exemplo clássico: Salomão pediu sabedoria a Deus (1 Reis 3.9). Ele não buscou riquezas ou poder, mas discernimento para governar com justiça. Deus ficou satisfeito com esse pedido e também lhe concedeu riqueza e honra.
Portanto, ao fazer pactos com Deus, devemos buscar alinhar nossos desejos com Sua vontade e estar dispostos a ouvir Sua direção. Assim, experimentaremos uma verdadeira comunhão com Ele.
10. Aliança com Deus tem resultados práticos
Quando Rebecca começou a buscar a Deus com mais intensidade, algo notável aconteceu: ela desenvolveu uma fome insaciável pela Palavra de Deus. Pela primeira vez, ela leu a Bíblia de capa a capa. Nesse processo, Deus começou a revelar áreas em sua vida que precisavam de mudança. Aqui estão alguns pontos importantes:
Fome pela Palavra: A fome pela Palavra de Deus é um sinal de busca sincera e desejo de conhecer mais sobre Ele. Quando lemos a Bíblia com sinceridade, Deus nos fala através dela e nos confronta com verdades que precisamos aplicar.
Revelação e transformação: À medida que Rebecca estudava a Bíblia, Deus apontava áreas específicas em sua vida que não estavam alinhadas com Sua vontade. Essa revelação é comum para aqueles que se aproximam de Deus com um coração aberto.
Rebecca orou intensamente, buscando habilidades específicas:
Resistência e firmeza como um soldado de Cristo (2 Timóteo 2.3).
Um espírito de poder, amor e moderação (2 Timóteo 1.7).
Ela também se baseou nos Salmos, como o Salmo 144.1, pedindo capacitação para a batalha espiritual.
O pedido mais importante de Rebecca foi para que Deus tornasse Sua direção clara e a sensibilizasse à Sua voz. Ela desejava discernir a vontade divina em sua jornada espiritual.
A busca sincera pela Palavra, a oração fervorosa e a sensibilidade à voz de Deus são essenciais para o crescimento espiritual.
Conclusão
Refletir sobre as alianças de Deus nos leva a um entendimento mais profundo do Seu amor e propósito para nossas vidas. Ao reconhecer as verdades sobre essas alianças, podemos fortalecer nossa fé e nossa resposta ao chamado divino. Deus nos chama para uma relação de compromisso e confiança, e ao respondermos com fé, nos alinhamos com Seu plano perfeito para nós. Que este estudo inspire você a renovar sua aliança com Deus, buscando viver de acordo com Seus propósitos e encontrando paz e direção na Sua vontade.
Referências:
Bíblia Online. https://www.bibliaonline.com.br/
Brown, Rebecca. Prepare-Se Para a Guerra. Rebecca Brown. Editora DANPREWAN. Janeiro 1998. 440 p. ISBN-10: 9788585685089. ISBN-13: 978-8585685089. Rio de Janeiro - Brasil. Compre na Amazon
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