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Perigo nas escolas: doutrinas de demônios com pretexto de cultura e interpretação de texto


 

Imagem de StockSnap por Pixabay, de svklimkin por Pixabay e de WOKANDAPIX por Pixabay

No demais, irmãos meus, fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder.
Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para que possais estar firmes contra as astutas ciladas do diabo.
Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais.
Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, havendo feito tudo, ficar firmes.
Estai, pois, firmes, tendo cingidos os vossos lombos com a verdade, e vestida a couraça da justiça;
E calçados os pés na preparação do evangelho da paz;
Tomando sobretudo o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do maligno.
Tomai também o capacete da salvação, e a espada do Espírito, a qual é a palavra de Deus;
Orando em todo o tempo com toda a oração e súplica no Espírito, e vigiando nisto com toda a perseverança e súplica por todos os santos (Efésios 6.10-18).

Introdução 

Ao contemplar a tranquilidade ao meu redor, às vezes penso em compartilhar mensagens devocionais ou motivacionais mais leves. Contudo, surge a necessidade de exortar meus irmãos na fé, assim como o servo de Jesus Cristo e irmão de Tiago, que instou: "Amados, procurando eu escrever-vos com toda a diligência acerca da salvação comum, tive por necessidade escrever-vos, e exortar-vos a batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos." (Judas 1.3).

Éfeso e Brasil

Na carta aos irmãos de Éfeso, Paulo fala a respeito do conflito no qual o cristão está inserido. Devido ao ambiente espiritual hostil em que os efésios viviam, Paulo os instrui a como vencer os adversários espirituais invisíveis. Como cristãos, não estamos neste mundo para relaxar, mas para batalhar contra as trevas e implantar o Reino de Deus. E, para vencermos esta batalha, precisamos ser fortalecidos com o poder de Deus (6.10) e nos revestir de toda a armadura espiritual (6.11-18).
O cenário brasileiro reflete as práticas dos irmãos efésios antes e depois de conhecerem a Cristo. Aqueles que não estão em Cristo estão em trevas, e quem está na luz de Cristo, tendo sido alcançado pelo evangelho, tem uma batalha a travar contra principados, potestades e príncipes das trevas. As trevas representam a cegueira espiritual dos incrédulos. Ao recusarem a verdade, concedem legalidade ao deus deste século, que cega o entendimento dos descrentes para não verem a luz do evangelho (2 Coríntios 4.4 Bíblia On).
Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, havendo feito tudo, ficar firmes (6.13). O irmão Tiago exorta: Sujeitai-vos, pois, a Deus, resisti ao diabo, e ele fugirá de vós. Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a vós (Tiago 4.7,8).
A armadura completa inclui o cinturão da verdade, a couraça da justiça, o capacete da salvação, a preparação (sandália) do evangelho da paz, o escudo da fé. Kaiser (2011, p. 317) observou não haver proteção alguma para as costas por ser impensável recuar.
Armas ofensivas incluem a espada do Espírito, acompanhada de toda oração e súplica (Coelho, p. 372).

E por falar de oração… 

A oração do Pai-Nosso não é mais praticada em muitas escolas. Querem celebrar a diversidade e ensinar contra a intolerância, mas não suportam a Bíblia. A Bíblia para eles é religião, e a oração do Pai-Nosso pode ofender um aluno ateu. Então não pode ensinar religião nas escolas, certo? Aí está a astuta cilada do Diabo (Efésios 6.11): religiões de matrizes africanas e seus costumes são repassados aos alunos sob o título de cultura, história e folclore. Por causa dessas coisas, muitos filhos de cristãos abandonam a fé, pela sedução dos falsos ensinos, dardos inflamados do maligno (Efésios 6.16).

religiões de matrizes africanas 
e seus costumes 
são repassados aos alunos 
sob o título de cultura, história e folclore

Está nos livros didáticos

Trinconi, (2021, pp. 51-55), traz para crianças do 5º ano uma resenha publicada no blog Era outra vez, de Bruno Molinero, sobre "o monstro no armário". 
Bruno Molinero, jornalista e autor do blog “Era Outra Vez”, tem uma longa trajetória escrevendo sobre literatura infantojuvenil. Sua inspiração para escrever parece estar ligada à sua experiência como repórter da Folha, onde cobriu literatura infantojuvenil e atuou na Folhinha de 2010 a 2016¹ ². Em uma simples pesquisa, percebe-se que o autor expressa um interesse em histórias ancestrais e culturas, como indicado por seu trabalho envolvendo livros infantis guiados por orixás e pelas raízes africanas do Brasil³. Orixás são entidades da religião africana, ou seja, religião encapsulada em cultura.
Martinez, et al. (2021, p. 156-162), também para as crianças do 5º ano, aponta os griôs como contadores de histórias, utilizando-se da tradição oral para transmitir notícias, histórias, mitos e saberes acumulados ao longo do tempo (p.156). Segue-se um exercício de leitura de texto para responder questões. No texto proposto, destaca-se, claramente, que [...] Os Mestres Griôs são os [...] pais e mães de santo… erveiros, curandeiros (p. 162). 

Quem são os pais e mães de santo?

Pais e mães de santo são figuras de destaque dentro das religiões afro-brasileiras, como o Candomblé e a Umbanda (iQuilibrio, Terra). Eles são considerados espiritualmente elevados e têm a capacidade de guiar e auxiliar a vida de seus filhos de santo (JC).

Quem são os erveiros e curandeiros?

O site Global Voices afirma que com suas ervas, gestos, preces e palavras de conforto, os “médicos do povo” são um importante elemento da cultura popular e do sincretismo religioso brasileiro.
Observamos, então, que as palavras-chave citadas ao longo dessas informações aos alunos do 5º ano, mesmo sendo o livro de Martinez categorizado como Ciências Humanas, Geografia e História, remetem as religiões afro-brasileiras e ao sincretismo religioso brasileiro.

Carta ao colégio

Os verdadeiros cristãos, que não se vendem e nem compactuam com as obras das trevas, devem manifestar-se. E foi o que fiz. Enviei uma carta ao colégio onde minha filha estuda, com o texto abaixo (ocultando dados pessoais, nomes e endereços):
...
11 de março de 2024
Diretoria da Escola __________
Prezado(a) Diretor(a),
Escrevo-lhe esta carta como responsável legal pela aluna Debora, matriculada no 5º ano, neste estabelecimento de ensino. Gostaria de expressar minha preocupação em relação ao conteúdo curricular, bem como suas representações na escola, sabendo que:
O ensino afro-brasileiro nas escolas no Brasil está intrinsecamente ligado à religião africana e ao sincretismo religioso devido à profunda influência que essas tradições exerceram sobre a cultura, a história e as artes do país.
... (omitido por não estar no contexto dessa discussão)...
As histórias de bruxas e assombrações, presentes nos livros didáticos, têm origens diversas e muitas vezes estão ligadas a aspectos culturais, folclóricos e religiosos de diferentes sociedades ao redor do mundo.
Como sabemos, o Brasil é uma nação multicultural e diversificada, onde diferentes crenças e tradições religiosas coexistem. Conforme estipulado pela legislação brasileira, em particular pela Constituição Federal de 1988, o Estado é laico, o que significa que deve manter neutralidade em relação às questões
religiosas, garantindo o respeito à liberdade de crença e culto de cada indivíduo.
Tendo isso em mente, gostaria de destacar que, devido às convicções religiosas da família da aluna Debora, baseadas em princípios cristãos protestantes, há uma objeção em relação ao ensino de conteúdos que envolvam crenças e práticas religiosas diversas das nossas, tais como histórias de bruxas e assombrações, ensino afro-brasileiro, onde as artes e histórias estão ligadas à religião de matriz africana e os supramencionados.
Conforme a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei n.º 9.394/1996), é assegurado aos pais ou responsáveis o direito de garantir a educação religiosa de seus filhos de acordo com suas convicções. Portanto, solicito que a escola, em respeito a essa prerrogativa legal e aos princípios de tolerância e respeito à diversidade religiosa, considere a possibilidade de isentar a aluna Debora das aulas ou atividades que envolvam tais conteúdos.
Estou à disposição para discutir alternativas que possam conciliar os objetivos educacionais da escola com as convicções religiosas da família, buscando sempre promover um ambiente de respeito mútuo e inclusão.
Agradeço antecipadamente pela atenção dispensada a esta solicitação e espero que possamos encontrar uma solução que atenda às necessidades da aluna Debora e respeite suas convicções religiosas.

Chamado à coordenação do colégio 

Fui chamado pela direção do colégio, e a coordenadora, respeitosamente, mostrou-me que, no Brasil, a Lei n.º 10.639, de 9 de janeiro de 2003, torna obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira e africana em todas as escolas, públicas e particulares, do ensino fundamental até o ensino médio. Essa lei foi alterada pela Lei n.º 11.645, de 10 de março de 2008, que incluiu a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena” no currículo oficial da rede de ensino. Ela afirmou que, estando debaixo da lei, não pode isentar minha filha dos ensinos propostos no currículo, e que o conhecimento da diversidade cultural combate a intolerância dos cidadãos.

Intolerância?

Respondi à direção do colégio que não me considero intolerante, pois não denegri nenhum símbolo religioso e convivo com pessoas de diversas religiões entre os familiares e colegas de serviço. Meu objetivo único é isentar minha filha desse ensino que não é cultura e nem história, e sim a apresentação de religiões diversas. 
Como cristão protestante, eu e minha família não empreendemos uma "caça às bruxas", mas não compactuamos com a diversidade, sabendo que, nas palavras de Jesus Cristo ― Ninguém pode servir a dois senhores, pois odiará um e amará o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro (Mateus 6.24 NVI). Se dois é muito, imagine a diversidade? Decidi, portanto, servir ao Senhor Jesus Cristo, o único Senhor!
Expus minha decisão de isentar minha filha de ensinos dessa natureza, destacados no texto. Fui informado de que essa decisão causará interferência nas notas e média final no boletim escolar, pois é impossível atribuir nota a um trabalho não realizado. Respondi que reconheço esse resultado, pois no meu tempo de estudos no ensino médio, deixei de apresentar trabalhos dessa natureza, mas as demais notas cobriram as lacunas e fui aprovado.

Conclusão 

Se os pais cristãos não se despertarem, poderão perder seus filhos para essa doutrinação "politicamente correta".
Servir ao Senhor Jesus não significa ausência de conhecimento, e sim, um discernimento maior, porque temos a mente de Cristo (1 Coríntios 2.16). 
Cabe a você, amigo cristão, irmão de fé, saber quem elabora e sanciona essas leis obscuras, para não dar seu voto a quem está declaradamente contra Cristo.
Há uma esperança para você e sua família! Invoque o Nome do Senhor Jesus Cristo!
Tome toda a armadura de Deus e seja vencedor na defesa, no ataque e no suprimento!
Deus te abençoe, em Nome de Jesus Cristo! 

Referências:

Bíblia Sagrada. Almeida Corrigida Fiel.
Coelho, André. Redescobrindo sua Bíblia / André Coelho. 3ª ed. revista e expandida. - Santo André: Geográfica, 2015. 496p. ISBN 978-85-8064-077-9. Compre na Amazon
Kaiser, Walter C., Jr. O plano da promessa de Deus: teologia bíblica do Antigo e Novo Testamentos / Walter C. Kaiser Jr.; tradução Gordon Chown, A. G. Mendes. -- São Paulo: Vida Nova, 2011. 520p. ISBN 978-85-275-0486-7. Compre na Amazon
Martinez, Rogério. Pitangá mais ciências humanas / Rogério Martinez... [et al.]. -- ed. -- São Paulo: Moderna, 2021. Outros autores: Wanessa Garcia, Adriana Machado Dias, Maria Eugênia Bellusci. 5º ano: ensino fundamental. ISBN 978-65-5816-248-3.
Triconi, Ana. Ápis Mais: Língua Portuguesa: 5º ano / Ana Triconi, Terezinha Bertin, Vera Marchezi. -- São Paulo: Editora Ática S.A., 2021. ISBN 978-65-5767-108-5 (Livro do estudante).

Sites consultados: 

Bíblia On. https://www.bibliaon.com/versiculo/2_corintios_4_4/
ERA OUTRA VEZ. eraoutravez.blogfolha.uol.com.br¹, https://www1.folha.uol.com.br/folhinha/2023/02/blog-era-outra-vez-volta-a-publicar-novidades-e-resenhas-da-literatura-infantojuvenil.shtml² e https://www1.folha.uol.com.br/blogs/era-outra-vez/2024/03/conheca-livros-infantis-guiados-por-orixas-e-pelas-raizes-africanas-do-brasil.shtml³ 
iQuilibrio. Pai de Santo e Mãe de Santo - O Candomblé e Umbanda | https://www.iquilibrio.com/blog/espiritualidade/umbanda-candomble/pai-e-mae-de-santo/. Acesso em: 17/03/2024
Terra. O que é ser mãe ou pai de santo? - https://www.terra.com.br/nos/o-que-e-ser-mae-ou-pai-de-santo,c480354b5bf6b39b3f27fa996e7e96fa328omtte.html. Acesso em: 17/03/2024
Global Voices. https://pt.globalvoices.org/2012/05/11/brasil-benzedeiras-curandeiros/ Acesso em: 17/03/2024

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