Como seria poder conversar com o profeta Daniel, ouvindo suas experiências como governador e profeta durante o tempo de exílio do povo de Israel? Na fictícia autobiografia abaixo, resumimos o que seriam os principais pontos da história do profeta Daniel, como se ele mesmo elaborasse a narrativa, com o propósito de trazer à memória o que dá esperança (Lamentações 3.21).
Shalom!
Sou Daniel, e como diz o significado do meu nome, Deus é o meu juiz. Sirvo ao Deus Altíssimo, cujo nome é bendito para todo o sempre, porque dele é a sabedoria e a força (Daniel 2.20).
Minha origem
Cresci entre os nobres de Judá, e seria um dos príncipes, se não fosse a deportação do meu povo para Babilônia (605 a.C). E lá eu estava, um menino entre os cativos, não para rebelar-me, mas para servir na corte de Nabucodonosor, conhecendo a ciência dos caldeus, consultando diariamente o meu Deus, o pai de toda a ciência, que sustenta-me em suas mãos.
O império babilônico
Você com certeza já ouviu falar sobre o império Babilônico, uma das civilizações mais poderosas da antiguidade, governada por reis notáveis, como Nabucodonosor II e Belsazar. Durante o período em que lá estive, vi aquele império alcançar o auge de seu poder e influência.
A cidade de Babilônia era a capital do império e sua grandeza e prosperidade foram em sua maioria devido a sua posição estratégica na rota comercial entre o Mediterrâneo e o Golfo Pérsico.
O Império Babilônico foi uma das civilizações mais avançadas da antiguidade. Eles fizeram avanços significativos na matemática, astronomia e arquitetura. Seu código legal, o Código de Hamurabi, foi uma das primeiras leis escritas na história e influenciou o desenvolvimento do sistema legal em todo o mundo.
O reinado de Nabucodonosor II, que governou de 605 a.C. a 562 a.C., foi considerado um dos mais notáveis da história babilônica. Sob seu governo, Babilônia tornou-se a maior cidade do mundo antigo, com uma população de mais de 200.000 habitantes. Ele construiu muitos edifícios magníficos, incluindo o famoso Jardim Suspenso da Babilônia, uma das sete maravilhas do mundo antigo, que mostrava a habilidade do império em engenharia e paisagismo.
Eu, Daniel, um dos judeus cativos, tornei-me um conselheiro importante na corte do rei, ganhando sua confiança, mas não foi assim, tão fácil. Ao chegar no palácio, mesmo sendo considerado nobre, era mais um entre todos os nobres. Minha devoção ao meu Deus não permitiu que eu me amoldasse aos costumes do império babilônico, e o próprio Deus preservou minha vida e me honrou.
O segredo do Senhor é para os que temem (Salmo 25.14).
Sempre reconheci o meu Deus como o verdadeiro e único Deus, o Deus do céu, que muda os tempos e as horas, remove os reis e estabelece os reis, dá sabedoria aos sábios e ciência aos inteligentes. Ele revela o profundo e o escondido e conhece o que está em trevas; e com ele mora a luz (Daniel 2.21,22). Conhecer a Deus sempre foi meu privilégio e minha vida, mas o povo caldeu precisava conhecer esse Deus, e dar a glória devida ao seu nome. Passei por diversos desafios, os quais quero compartilhar, aplicando lições de esperança.
Primeiro desafio: alimentos
Meu primeiro desafio foi rejeitar a porção do manjar do rei. Minhas refeições têm sentido apenas quando dou graças a Deus. Nós hebreus, recitamos uma oração antes das refeições, conhecida como "Birkat Hamazon" ou "Bênção do Alimento", agradecendo a Deus pela comida que estamos prestes a comer e reconhecendo a bondade divina em fornecer sustento. Para nós constitui afronta os alimentos oferecidos aos ídolos mortos, que nada são. O chefe dos eunucos ficou com medo de morrer, pois a ingestão de legumes não daria boa aparência a meus três amigos, Hananias, Mizael e Azarias, e a mim.
Pedimos a dieta de legumes como um teste de dez dias, e Deus mostrou estar conosco, como pão, alimentando-nos. Ao fim de dez dias estávamos melhores, permanecendo com nossa dieta de alimentos consagrados a Deus.
Deus nos recompensou, dando-nos o conhecimento e a inteligência em todas as letras e sabedoria. E eu, Daniel, recebi entendimento em toda visão e sonhos.
Deus nos capacita para enfrentar os desafios. Ele não nos tira das situações muitas vezes embaraçosas, mas nos capacita a enfrentá-las com a garra espiritual, a vitória que vence o mundo, nossa fé (1 João 5.4).
Segundo desafio: o sonho do rei
No reino de Nabucodonosor, os sábios residiam na “Casa dos Sábios”, também conhecida como “Casa da Sabedoria”, que ficava no Palácio Real da Babilônia. Este era um local onde os sábios se reuniam para discutir filosofia, ciência, astronomia e outras áreas do conhecimento. Este lugar foi uma biblioteca, com uma coleção de milhares de tábuas de argila contendo informações sobre diversos assuntos.
O entendimento em visões e sonhos que Deus me deu, foi desafiado. Eu, Daniel, estava junto aos meus três amigos de confiança, meus conterrâneos e irmãos de fé, após dar graças a Deus pela primeira refeição do dia, na Casa da Sabedoria. Fomos surpreendidos pela chegada de Arioque, capitão da guarda do rei, que estava cumprindo um decreto do rei, uma ordem para matar todos os sábios de Babilônia.
Perguntei surpreso: Por que se apressa tanto o mandado da parte do rei? E disse Arioque: o rei teve sonhos e se perturbou seu espírito, fugindo dele o sonho, e mandou chamar os magos, e os astrólogos, e os encantadores, e os Caldeus, para revelarem o seu sonho e a interpretação. Os convocados pediram por duas vezes ao rei o relato do sonho, para interpretarem, mas o rei ficou irado e mandou matar todos os sábios.
Lembrando-me do presente recebido de Deus, em interpretação de sonhos e visões, disse a Arioque: permita-me conversar com o rei: ele consultou apenas os caldeus. Posso mostrar ao rei a interpretação do sonho. Entrei na presença do rei, que ainda esboçava decepção total com os sábios do palácio, e disse-lhe: Ó, rei, vive para sempre! Preciso apenas de tempo e te farei conhecer a interpretação do sonho. O rei nada respondeu, mas demonstrou um fio de esperança, dando-me o tempo necessário.
Deus está na eternidade, mas toda a criação está debaixo do decreto do tempo. E Deus, o criador do tempo, ordena sua ação e determina tudo no tempo.
Fui para casa, e convoquei Hananias, Mizael e Azarias para uma reunião de oração. Toda a oração tem um propósito. Não oramos por orar, mas temos o objetivo de todos os dias agradecer a Deus pela vida, paz e saúde, pelo alimento diário. Quando nos falta a paz, clamamos a Jeová Shalom. Deixei claro o propósito, um clamor por nossas vidas, que o rei não desistiria de eliminar caso não houvesse resposta ao seu sonho.
A misericórdia de Deus esteve comigo, e o segredo foi revelado numa visão de noite. Sim, o mesmo sonho dado ao rei, foi dado a mim, com nitidez, sem perturbações e com o significado completo. E eu louvei o Deus do Céu!
Procurei novamente a Arioque e disse-lhe: não mates os sábios de Babilônia; introduze-me na presença do rei e darei ao rei a interpretação. Estando o rei de bom ânimo, entramos em sua presença com reverência, mas quando está irado, devemos ir acompanhados por outro serviçal, que não esteja envolvido no mesmo dilema. Arioque tinha livre acesso ao rei, por ser apenas um executor de ordens, não estando no grupo dos sábios de Babilônia.
Arioque estava sempre pronto, levando-me imediatamente ao rei e dizendo: “Encontrei um homem entre os exilados de Judá que pode dizer ao rei o significado do sonho”. Eu ainda não tinha a confiança do rei, que ficou assustado, mas esperançoso.
O rei perguntou-me: “Você consegue contar-me o que vi no meu sonho e interpretá-lo?”. Na mente de Nabucodonosor o desafio persistia, mas o Deus de meus pais declarou-me o segredo, para a glória do seu nome. E respondi: “Nenhum sábio, encantador, mago ou adivinho consegue revelar ao rei o mistério sobre o qual ele perguntou, mas existe um Deus nos céus que revela os mistérios. Ele mostrou ao rei Nabucodonosor o que acontecerá nos últimos dias”.
Havia no coração do rei uma dúvida referente ao futuro do seu reino, e sobre seus sucessores. Todos os nossos tempos estão nas mãos de Deus e apenas ele pode dizer o que acontecerá depois destas coisas. E para me abençoar no reino babilônico, o Deus do Céu revelou-me em sequência o futuro dos reinos até chegar o reino do Messias, que não terá fim e não passará a outro povo (Daniel 2.44).
Ao receber resposta divina, as dúvidas não prevalecem. Finalizei a interpretação do sonho com estas palavras: “O sonho é verdadeiro, e a interpretação é fiel”. E ali começou meus dias de honra, primeiro, vendo o rei com o rosto no chão, declarando sem dúvida que o meu Deus é o Deus dos deuses, o Senhor dos reis e aquele que revela os mistérios. Depois o rei designou-me governante de toda a província da Babilônia e supervisor dos sábios. O que seria a causa da minha morte, tornou-se o motivo de meu reconhecimento e promoção, porque Deus é fiel e está no controle de todas as coisas!
Terceiro desafio, a adoração ao único Deus
Meu coração está firme em Deus, minha salvação. O intuito do monarca deve ser o bem de toda a nação, jamais devendo decidir o rumo de minha devoção e adoração (Deuteronômio 6.4, 13 e 14).
Naquele evento, eu não estava com meus amigos Hananias, Misael e Azarias, mas recebi notícias do desafio pelo qual passaram e o livramento que receberam.
O rei Nabucodonosor fez uma imagem de ouro de vinte e sete metros de altura e dois metros e setenta centímetros de largura, e a ergueu na planície de Dura, na província da Babilônia.
Depois convocou os sátrapas, os prefeitos, os governadores, os conselheiros, os tesoureiros, os juízes, os magistrados e todas as autoridades provinciais para assistirem à dedicação da imagem que mandara erguer (Daniel 3.1,2).
A fornalha de fogo ardente foi usada por Nabucodonosor como um meio de tortura e execução para aqueles que se recusavam a adorar a estátua de ouro erigida sob sua ordem.
O arauto proclamou em alta voz: “Esta é a ordem que lhes é dada, ó, homens de todas as nações, povos e línguas: quando ouvirem o som da trombeta, do pífaro, da cítara, da harpa, do saltério, da flauta dupla e de toda espécie de música, prostrem-se em terra e adorem a imagem de ouro que o rei Nabucodonosor ergueu. Quem não se prostrar em terra e não adorá-la será imediatamente atirado numa fornalha em chamas” (Daniel 3.4-6).
A fornalha estava acesa, e as opções impostas eram: adorar a estátua ou morrer. Se a punição fosse apedrejamento, meus amigos poderiam fazer-se de mortos, fugindo após a retirada de todos (Atos 14.19,20). Mas é impossível para o adorador do verdadeiro Deus, ajoelhar-se perante uma estátua, fingindo prestar-lhe culto, mesmo sendo essa a única opção.
Deus nos entregou a Nabucodonosor, para o serviço real, mas nossos corações são do Senhor, nossa adoração é inegociável. Naquele momento, muitos, com medo da morte, prostraram-se diante da estátua.
Deus lhes deu boca de sabedoria para responder ao rei
Em nossos primeiros dias no palácio, Deus nos deu sabedoria e inteligência em todas as letras e na ciência. Diante da fornalha, meus amigos, sem temer, responderam:
“Ó, Nabucodonosor, não precisamos defender-nos diante de ti. Se formos atirados na fornalha em chamas, o Deus a quem prestamos culto pode livrar-nos, e ele nos livrará das suas mãos, ó, rei. Mas, se ele não nos livrar, saiba, ó, rei, que não prestaremos culto aos seus deuses nem adoraremos a imagem de ouro que mandaste erguer” (Daniel 3.16-18).
Os meus três amigos expressamente recusaram-se a se prostrar diante da estátua de ouro, sendo condenados à morte na fornalha de fogo ardente, grande estrutura de metal aquecida até um ponto em que podia queimar pessoas vivas em questão de minutos. Foi aquecida sete vezes mais do que o normal para garantir que os três jovens fossem rapidamente consumidos pelas chamas.
Semelhante a fornalhas de olarias antigas, o fogo era alimentado de forma contínua com madeira, carvão ou outro combustível disponível, de modo a atingir a temperatura desejada para a queima da argila.
A fornalha era de tijolos de argila e pedra, revestida de cobre e bronze, com uma abertura superior para os condenados serem jogados dentro dela e uma abertura lateral com grades, onde pudessem ser vistos, pois a tortura de desobedientes era um espetáculo público.
O rei quis ver espetáculo, e viu: os servos de Deus passeando tranquilamente na fornalha.
No deserto, no monte Sinai, Moisés observou que a sarça ardia no fogo, e a sarça não se consumia (Êxodo 3.2). Os três jovens contaram com a presença do Senhor, e como a sarça do Horebe, não foram consumidos. Eles conheciam a experiência de Moisés, servo do Senhor. Guardaram no coração o que aprenderam e viveram experiência semelhante. No deserto, Deus chamou a Moisés. Em Babilônia, o rei Nabucodonosor lançou os três jovens nos braços do Senhor!
Nabucodonosor, alarmado, levantou-se e perguntou aos seus conselheiros: “Não foram três homens amarrados que atiramos no fogo?” Eles responderam: “Sim, ó rei”. E o rei exclamou: “Olhem! Estou vendo quatro homens, desamarrados e ilesos, andando pelo fogo, e o quarto se parece com um filho dos deuses”. Então Nabucodonosor aproximou-se da entrada da fornalha em chamas e gritou: “Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, servos do Deus Altíssimo, saiam! Venham aqui!” E Sadraque, Mesaque e Abede-Nego saíram do fogo (Daniel 3.24-26).
Para quem presenciou aquele acontecimento, houve espanto. Para Deus, aqueles jovens eram vasos moldados, prontos para o forno (Jeremias 18.6). Vaso de barro bem trabalhado suporta o fogo.
Quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem a chama arderá em ti (Isaías 43.2).
O rei não queria ter problemas com o Deus verdadeiro e determinou a morte de quem cometesse blasfêmia contra o Deus de Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, Deus de meus amigos e meu Deus. A punição claramente desconsidera a fornalha de fogo. Pelo temor, o rei deixou de utilizar essa forma de tortura.
Pela fé apagaram o poder do fogo (Hebreus 11.34). Meus amigos não se queimaram no fogo, pois já estavam no fogo superior do EU SOU.
Deus continua no controle de todas as coisas!
Quarto desafio, a cova dos leões
Por intermédio da fé, conquistaram reinos
praticaram a justiça, receberam o cumprimento de promessas
fecharam a boca de leões (Hebreus 11.33)
Reinado do rei Dario, Pérsia, 538 a.C.
O rei Dario havia nomeado 120 presidentes para governar as várias províncias do império persa, e colocou três príncipes sobre eles. Eu, Daniel, fui colocado como o primeiro, dos três presidentes. No entanto, meus colegas, invejosos de minha posição, conspiraram para encontrar uma maneira de derrubar-me.
Eles observaram que a única maneira de me acusar seria relacionada à minha fé, pois sou um judeu devoto e oro a Deus três vezes ao dia, conforme sou acostumado a fazer. Então, eles sugeriram que o rei fizesse um decreto, proibindo qualquer pessoa de fazer petições a qualquer outro deus ou homem senão ao rei por um período de 30 dias.
O rei Dario, sem perceber as intenções maliciosas de seus conselheiros, assinou o decreto. No entanto, como sempre, continuei a orar a Deus, ignorando a ordem do rei.
Quando os conspiradores encontraram-me orando, denunciaram para o rei, e Dario percebeu haver sido enganado. O rei tentou encontrar uma maneira de salvar-me da morte, mas o decreto não poderia ser revogado. Não havia brechas na lei dos Medos e dos Persas, e nem mesmo fiança. Ele, portanto, ordenou que eu fosse lançado na cova dos leões.
A cova dos leões é um poço profundo cercado por uma parede alta, com uma entrada estreita. Diferente da fornalha, é lugar de morte sem espetáculo, lugar sem luz. Fui colocado lá com uma pedra pesada cobrindo a abertura, para garantir que eu não escapasse. Os leões famintos foram soltos na cova para devorar-me.
Estas foram as palavras que ouvi do rei, antes de ser lançado na cova: O teu Deus, a quem tu continuamente serves, ele te livrará! A minha fé havia causado impacto no imperador.
Lembra-se de que falei no início, que sou da tribo de Judá? Segundo a bênção de Jacó a seus filhos, Judá é leãozinho. O símbolo de nossa tribo é o leão, e o Senhor, o meu Deus, não permitiu que os leões me estranhassem. Entre leãozinho e leões há bom convívio. Os leões sentiram o cheiro de mais dois leões, sendo eu, o leãozinho e o meu Deus, o leão da tribo de Judá.
Judá é um leãozinho, da presa subiste, filho meu; encurva-se, e deita-se como um leão, e como um leão velho; quem o despertará? O cetro não se arredará de Judá, nem o legislador dentre seus pés, até que venha Siló; e a ele se congregarão os povos (Gênesis 49.9,10).
Dario passou a noite em claro, jejuando e fez parar as músicas do palácio.
Na manhã seguinte, quando a pedra foi retirada, emergi ileso e pude ver estampado um sorriso no rosto do rei Dario. Deus havia enviado um anjo para fechar as bocas dos leões e me proteger.
O rei Dario ordenou que os conspiradores fossem jogados na cova dos leões, sendo imediatamente devorados pelos animais.
Essa história tem sido uma fonte de inspiração para muitos. Vale a pena ter fé e coragem em tempos difíceis, e a crer na proteção divina em situações impossíveis.
Conclusão
Quem mantém sua fidelidade a Deus, colhe frutos de vida.
Os alimentos, apresentamos ao único Deus verdadeiro.
Quando houver sonhos, o Deus do céu nos revela e interpreta para nós.
Se a fornalha for aquecida sete vezes mais, o grande EU SOU nos recebe em seus braços, e como vasos para honra, saímos do fogo prontos, santificados e idôneos para uso do Senhor, preparados para toda a boa obra (2 Timóteo 2.21).
Se o caminho for a cova dos leões, o leão da tribo de Judá estará a minha espera, livrando-me.
Que você possa encontrar esperança para os seus dias. Que o Deus Todo-Poderoso te abençoe!
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