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Crucificando As Obras da Carne e Produzindo o Fruto do Espírito: Um Guia de Vida Cristã


 

A caminhada espiritual requer do crente o esforço para preservar uma vida santa, consagrada a Deus por intermédio da oração e leitura da Palavra. O Senhor Jesus alertou aos seus discípulos de que enfrentariam aflição neste mundo, mas deveriam manter o bom ânimo, haja vista que Ele mesmo venceu esse sistema pecaminoso (João 16.33). A Bíblia ressalta que o nascido de Deus tem condições de vencer o mundo mediante a fé (1 João 5.4). Logo, o estilo de vida pela fé requer andar no Espírito (revista EBD Adulto, CPAD).

O que é a carne, nos escritos paulinos? (Por John Stott – adaptado e comentado)

“A carne”, na linguagem do apóstolo Paulo, não é aquilo que reveste nosso esqueleto, mas a nossa natureza humana caída, que nós herdamos de nossos pais e que eles herdaram dos seus, e que foi distorcida pelo egocentrismo e, portanto, inclina-se ao pecado.

Longe de serem livres para satisfazer a carne, os cristãos “crucificaram a carne, com as suas paixões e concupiscências” (5.24). Isto é, repudiamos totalmente as reivindicações de nossa natureza inferior para nos governar. Em uma imagem viva que Paulo empresta de Jesus, ele diz que nós a “crucificamos”, que a pregamos na cruz. Agora procuramos viver no Espírito, recebendo a promessa de que, se o fizermos, jamais satisfaremos a concupiscência da carne (versículo 16). Pelo contrário, o Espírito Santo vai produzir o seu fruto em nossas vidas, culminando com o domínio próprio (5.23).

A carne e o Espírito 

Por isso digo: vivam pelo Espírito, e de modo nenhum satisfarão os desejos da carne.

Pois a carne deseja o que é contrário ao Espírito; e o Espírito, o que é contrário à carne. Eles estão em conflito um com o outro, de modo que vocês não fazem o que desejam.

Mas, se vocês são guiados pelo Espírito, não estão debaixo da lei.

Ora, as obras da carne são manifestas: imoralidade sexual, impureza e libertinagem;

idolatria e feitiçaria; ódio, discórdia, ciúmes, ira, egoísmo, dissensões, facções

e inveja; embriaguez, orgias e coisas semelhantes. Eu os advirto, como antes já os adverti, que os que praticam essas coisas não herdarão o Reino de Deus.

Mas o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade,

mansidão e domínio próprio. Contra essas coisas não há lei.

Os que pertencem a Cristo Jesus crucificaram a carne, com as suas paixões e os seus desejos. 

Se vivemos pelo Espírito, andemos também pelo Espírito (Gálatas 5.16-25).

Livres em obediência

A grande ênfase da segunda metade da Epístola aos Gálatas é que em Cristo a vida é liberdade. Estávamos sob servidão da maldição ou condenação da lei, mas Cristo nos libertou dela. Éramos escravos do pecado, mas agora somos filhos de Deus. 

Mas cada vez que Paulo escreve sobre a liberdade ele acrescenta a advertência de que ela pode ser muito facilmente perdida. Há os que deslizam da liberdade para a escravidão (5.1); outros transformam sua liberdade em licenciosidade (5.13).

Paulo enfatizou que a verdadeira liberdade cristã se expressa no autocontrole, no serviço cheio de amor prestado ao nosso próximo e na obediência à lei de Deus (5.13-15). A questão agora é: como essas coisas são possíveis? E a resposta é: pelo Espírito Santo. Só ele pode nos manter verdadeiramente livres, o único que pode se opor à nossa carne e subjugá-la (5.16-17)

O Conflito Cristão

Os combatentes no conflito cristão são chamados de “a carne” e “o Espírito”. Versículos 16 e 17: Andai no Espírito, e jamais satisfareis à concupiscência da carne. Porque a carne milita contra o Espírito, e o Espírito contra a carne... Com “carne” Paulo quer dizer o que somos por natureza e hereditariedade, nossa condição caída, o que a Bíblia na Linguagem de Hoje chama de “os desejos da natureza humana”. Com “Espírito” ele parece referir-se ao próprio Espírito Santo, que nos renova e regenera, primeiro dando-nos uma nova natureza e, então, permanecendo em nós. Mais simplesmente, poderíamos dizer que “a carne” representa o que somos por nascimento natural, e “o Espírito” o que nos tornamos pelo novo nascimento, o nascimento do Espírito. E estes dois, a carne e o Espírito, vivem em ferrenha oposição.

Os cristãos, na expressão vivida de Lutero, não são feitos de “pau e pedra”, isto é, não são pessoas que “ nunca se  emocionam com nada, nunca sentem qualquer desejo ou anseio da carne”. É verdade que, à medida que aprendemos a andar no Espírito,  a carne fica cada vez mais subjugada. Mas a carne e o Espírito permanecem, e o conflito entre eles é feroz e incessante. Na verdade, podemos até dizer que este é um conflito especificamente cristão. Não negamos que exista uma coisa chamada conflito moral nas pessoas que não são cristãs; no entanto, ele é mais feroz nos cristãos porque eles possuem duas naturezas, a carne e o Espírito, que vivem em um antagonismo irreconciliável.

As obras da carne

As obras da carne, diz Paulo, são conhecidas. São óbvias a todos. A carne propriamente dita, a nossa velha natureza, é secreta e invisível; mas as suas obras, as palavras e os atos pelos quais se manifesta, são públicos e evidentes, abrangendo pelo menos quatro áreas: sexo, religião, sociedade e alimentação. E quais são?

Primeiro, a área do sexo (v. 19)

Prostituição. Palavra geralmente traduzida por “fornicação”, dando a entender uma relação sexual entre pessoas que não são casadas; mas pode referir-se a qualquer tipo de comportamento sexual contrário ao padrão divino (Gênesis 2.24).

Impureza. Comportamento anormal. Paulo descreve a impureza como "futilidade dos pensamentos", onde, os que perdem todo o sentimento, se entregaram à dissolução, para com avidez cometerem toda a impureza (Efésios 4.17,19). A impureza moral é a transgressão de leis divinas que governam a sexualidade e o comportamento humano, indo contra a vontade de Deus e prejudicando a pessoa e sua comunidade. Isso inclui toda forma de imoralidade sexual, como paixão animalesca e egoísta, desrespeitando a dignidade humana. A impureza moral é uma forma de rebeldia contra Deus e que traz consequências negativas para a pessoa e para a sociedade, afetando a saúde física, emocional, espiritual e os relacionamentos interpessoais.

Lascívia. Indecência, um público e atrevido desprezo pelo decoro.

Em segundo lugar temos a área da religião (v. 20)

Idolatria. É importante perceber que a idolatria é tão obra da carne quanto a imoralidade, e que assim as obras da carne incluem ofensas contra Deus além das ofensas contra o próximo ou contra nós mesmos. Idolatria é o impudente culto prestado a outros deuses. A Bíblia condena diversas formas de idolatria, que incluem:

Adoração a deuses falsos: A Bíblia ensina não haver outro Deus além do Senhor e a adoração a outros deuses é uma forma de idolatria (Deuteronômio 5.7-9).

Adoração a imagens e estátuas: A Bíblia condena a adoração a imagens e estátuas de deuses, animais ou qualquer outra forma criada pelo homem (Êxodo 20.4-6). Outra variante é o ato de prestar culto a santos, irmãos falecidos. É uma forma de invocação aos mortos, portanto, a espíritos demoníacos que respondem os pedidos em nome daqueles, recebendo sempre adoração e crença.

Adoração ao dinheiro e às riquezas: A Bíblia alerta que a ganância e o amor ao dinheiro podem se tornar uma forma de idolatria (1 Timóteo 6.10). Conforme Deuteronômio 28.1-14, as bênçãos devem correr e nos alcançar, e não o contrário, sendo nós apenas obedientes ao Senhor nosso Deus. Correr atrás das riquezas é o resultado do amor ao dinheiro.

Adoração à fama e ao poder: A busca pelo reconhecimento e pela posição de destaque pode se tornar uma forma de idolatria (Marcos 10.35-45).

Adoração ao prazer e à sensualidade: A Bíblia condena a busca por prazeres imorais, como a prostituição e o adultério, que podem se tornar uma forma de idolatria ao corpo (1 Coríntios 6.18-20).

Na atualidade, essas formas de idolatria ainda são praticadas em diversas sociedades e culturas ao redor do mundo. A busca pelo poder, dinheiro, prazer e reconhecimento são valores muitas vezes exaltados na sociedade moderna, o que pode levar as pessoas a se afastarem da adoração ao verdadeiro Deus.

Feitiçarias. Intercâmbio secreto com os poderes do mal. A Bíblia condena a prática da feitiçaria. A seguir estão alguns exemplos:

“Não vos voltareis para os médiuns e para os espíritas; não os procurareis para serdes contaminados por eles. Eu sou o Senhor, vosso Deus” (Levítico 19.31)

“Quando entrares na terra que o Senhor, teu Deus, te dá, não aprenderás a fazer conforme as abominações daqueles povos. Não se achará no meio de ti quem faça passar pelo fogo a seu filho ou a sua filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro; nem encantador, nem necromante, nem mágico, nem quem consulte os mortos; pois todo aquele que faz estas coisas é abominável ao Senhor; e é por causa destas abominações que o Senhor, teu Deus, os lança fora de diante de ti” (Deuteronômio 18.9-12)

 E aconteceu que, indo nós à oração, nos saiu ao encontro uma jovem, que tinha espírito de adivinhação, a qual, adivinhando, dava grande lucro aos seus senhores.

Esta, seguindo a Paulo e a nós, clamava, dizendo: estes homens, que nos anunciam o caminho da salvação, são servos do Deus Altíssimo.

E isto fez ela por muitos dias. Mas Paulo, perturbado, voltou-se e disse ao espírito: em nome de Jesus Cristo, te mando que saias dela. E na mesma hora saiu (Atos 16.16-18). Neste contexto, vemos que os espíritos de adivinhação devem ser repreendidos, mesmo que falem a verdade, pois este é o objetivo dos espíritos maus: impressionar com a verdade, ou parte dela, atraindo seus ouvintes para o abismo da mentira.

Esses versículos condenam a prática da feitiçaria e outras formas de comunicação com poderes malignos. É importante notar que a Bíblia também ensina que Deus é o único ser que deve ser adorado e consultado para orientação espiritual.

Terceiro, a área social (vv. 20, 21)

Paulo nos dá agora oito exemplos de colapso de relacionamentos pessoais, que a Bíblia na Linguagem de Hoje traduz por “inimizades, brigas, ciumeiras, acessos de raiva, ambição egoísta (ou “acessos de cólera” e “ rivalidades” ), desunião, paixão  partidária, invejas” (vv. 20, 21).

Inimizades. São conflitos não solucionados. Mal-entendidos e diferenças de opinião são inevitáveis, mas a natureza caída do ser humano insiste em guardar os maus resultados causadores do afastamento.

Brigas. A Bíblia traz as seguintes advertências: Não sejas companheiro do homem briguento (Provérbios 22.24) e melhor é morar só num canto de telhado do que com a mulher briguenta numa casa ampla (Provérbios 25.24).

Qual o motivo? A Bíblia responde: Como a cidade derrubada, sem muro, assim é o homem que não pode conter o seu espírito (Provérbios 25.28). Quem é briguento está desprovido da paz, portanto, desprotegido.

Ciumeiras. O ciúme de Deus é perfeito (João 2.17), refletindo o zelo pelo que é seu, mas o ciúme humano, quando não controlado pode ter um sentido controverso, como uma distorção em imagens mentais que perseguem o ciumento, levando-o a acreditar no que não está acontecendo, fazendo-o duvidar do amor de seu cônjuge, causando disputas e feridas emocionais.

Acessos de raiva. É normal sentirmos raiva por um acontecimento injusto. Mas a raiva sem controle é uma brecha para a atuação de espíritos maus. Quem vive irado aprofunda-se a ponto de tornar-se escravo da ira. Há casos em que a pessoa fica irado sem saber o motivo. Essa questão é muito séria, necessitando de uma ministração espiritual em o Nome de Jesus. Para detalhes, assista o vídeo da Dra. Rebecca Brown nesse tema.

Ambição egoísta. É quando uma pessoa tem um forte desejo de realizar seus próprios objetivos, sem se preocupar com as consequências para os outros. É a ausência de humildade. Em Filipenses 2:3-4, a Bíblia diz: "Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo. Não atente cada um para o que é propriamente seu, mas cada qual também para o que é dos outros". Aqui, a Bíblia incentiva a humildade e a consideração pelos outros, em vez de uma atitude egoísta.

Desunião. A divisão causada pela falta de acordo, desarmonia, desavença, discórdia. Muitos que ocupam posição de liderança eclesiástica, pendem para essa obra da carne, sendo santos aos seus próprios olhos, não querem unir-se aos demais.

Paixão partidária. Seguidores de líderes religiosos costumam pender para esse pecado. Dizendo-se combatentes do evangelho, combatem, na verdade, contra seus irmãos. Os que praticam a paixão partidária devem entender que Paulo planta e Apolo rega, mas Deus dá o crescimento. Pelo que nem o que planta é alguma coisa, nem o que rega, mas Deus, que dá o crescimento (1 Coríntios 1.10-17; 3.6,7).

Invejas. Sentimento de cobiça e ressentimento em relação às bênçãos ou realizações de outras pessoas, que leva a sentimentos negativos e até mesmo ações prejudiciais contra elas. A inveja é um pecado e é frequentemente associada à ganância e ao orgulho.

Quarto, a área da alimentação (v. 21)

Bebedices. Condenadas na Bíblia devido aos efeitos negativos que o consumo excessivo de bebidas alcoólicas pode ter em uma pessoa e em sua comunidade. O abuso de álcool pode levar a comportamentos pecaminosos, como violência, imoralidade sexual e negligência das responsabilidades familiares. A embriaguez é o estado de estar intoxicado pelo álcool, podendo levar a um comportamento imprudente e perigoso, e até mesmo à morte. 

A Bíblia enfatiza a importância de manter a sobriedade e a clareza mental, especialmente quando se trata de tomar decisões importantes e lidar com as dificuldades da vida. E já está próximo o fim de todas as coisas; portanto sede sóbrios e vigiai em oração (1 Pedro 4.7). As bebedices constituem pecado contra a sobriedade.

Assim diz a Bíblia:

“Não vos embriagueis com vinho, em que há dissolução, mas enchei-vos do Espírito” (Efésios 5.18).

“Não olhes para o vinho quando se mostra vermelho, quando resplandece no copo e se escoa suavemente. Pois no fim morderá como a cobra, e picará como o basilisco” (Provérbios 23.31-32).

“Ai daqueles que se levantam cedo para seguir a embriaguez e continuam até altas horas da noite, até que o vinho os esquenta!” (Isaías 5.11).

Glutonarias (ou, segundo a BLH, “farras”, v. 21). São condenadas pela Bíblia em vários lugares, incluindo Provérbios 23.20-21, que diz: "Não estejas entre os beberrões de vinho, nem entre os comilões de carne; porque o beberrão e o comilão caem em pobreza; e a sonolência vestirá de trapos o homem". Em outras palavras, a Bíblia condena o excesso de comida e bebida porque leva à indulgência, preguiça e pobreza. O versículo em foco condena os excessos. O autocontrole é valor importante na vida cristã.

A esta lista de obras da carne no campo do sexo, da religião, da sociedade e da alimentação, Paulo acrescenta uma solene advertência:  como já outrora vos preveni (quando esteve com eles na Galácia), que não herdarão o reino de Deus os que tais coisas praticam (o verbo prassontes refere-se a uma prática habitual e não a um acontecimento isolado, versículo 21). Considerando que o reino de Deus é um reino de piedade, retidão e autocontrole, aqueles que satisfazem a carne serão excluídos dele, pois tais obras dão evidência de que não estão em Cristo. E, se não estão em Cristo, não são descendência de Abraão, não são “herdeiros segundo a promessa” (3.29).

O fruto do Espírito

Os nove aspectos do Fruto do Espírito (Gálatas 5.22). 

Amor (ou caridade) (gr. ágape) é mais que filantropia, pois significa o verdadeiro amor como sinônimo do amor ágape, o amor de Deus no coração do homem (Filipenses 1.9; 1 João 4.7-8,16); 

Gozo (gr. chara) é a alegria produzida pelo Espírito Santo (Filipenses1.4); 

Paz (gr.eirene) é “a paz de Deus que excede todo o entendimento” (Filipenses 4.7);

 Longanimidade (gr. makrothumia) é a paciência para suportar as adversidades, os defeitos do outro (Efésios 4.2; 2 Timóteo 3.10; Hebreus 12.1); 

Benignidade (gr. chrestotes) é a qualidade de quem é benigno, bondoso, complacente, perdoador (Efésios 4.32); 

Bondade (gr. agathosune) refere-se aquele que é bom (Mateus 12.35; Efésios 5.9; SaImo 37.23); 

(gr. pistis), não é a fé natural, mas a produzida pelo Espírito Santo no coração dos que creem em Deus, conforme as Escrituras (João 7.38; Romanos 1.17; 3.28; Hebreus 11.6); 

Mansidão (gr. prautes) diz respeito aquele que é manso, sinônimo de “brandura, de gênio afável, sossegado, dócil” (Mateus 5.5; 1 Timóteo 6.11) ; 

Temperança (gr. egkrateia) quer dizer autocontrole, domínio próprio, é o aspecto elevadíssimo do relacionamento com os outros, com situações e fatos diversos na vida (Tito 1.8; 2 Pedro 1.6). Adaptado da Revista EBD Adultos, CPAD.

O conflito ativo

Tendo examinado separadamente “as obras da carne” e “ fruto do  Espírito” , torna-se mais claro do que nunca para nós que “ a carne”  e “ o Espírito” estão em conflito ativo um contra o outro. Eles nos empurram para direções opostas. Existe entre os dois “uma rivalidade interminável e mortal”. E o resultado desse conflito é: “para que não  façais o que porventura seja do vosso querer” (final do versículo 17).  O paralelo entre esta pequena frase e a segunda parte de Romanos 7 é, no meu parecer, íntimo demais para ser acidental. Cada cristão renovado pode dizer: “No tocante ao homem interior, tenho prazer na  lei de Deus” (Romanos 7.22). Isto é, “eu a amo e desejo cumpri-la. Minha nova natureza tem fome de Deus, de santidade e de bondade. Eu quero ser bom e fazer o bem .” Esta é a linguagem de cada crente regenerado. “Mas” , ele deve acrescentar, “ por mim mesmo, ainda que tenha esses desejos renovados, não consigo fazer o que quero. Por que não? Por causa do pecado que habita em mim.” Ou, como o apóstolo o expressa aqui cm Gálatas 5, “ por causa dos fortes desejos da carne  que anseiam contra o Espírito” . 

É este é o conflito cristão: ameaçador, doloroso e incessante. Além disso, é um conflito no qual por si mesmo o cristão simplesmente não consegue ser vitorioso. Ele se vê obrigado a dizer: “O querer o bem está em mim; não, porém, o efetuá-lo” (Romanos 7.18); ou, falando como  se fosse para si mesmo: “ Você não consegue fazer as coisas que deveria” (Gálatas 5.17). Se ficássemos abandonados a nós mesmos, não consegui ríamos fazer o que devemos; pelo contrário, sucumbiríamos aos desejos de nossa velha natureza. Mas, se “andamos pelo Espírito” (versículo 16), então não satisfazemos os desejos da carne. Ainda os experimentamos, mas não os satisfazemos. Pelo contrário, produzimos o fruto do Espírito.

Conclusão

Na linguagem de Jesus, como Lucas a registra, cada cristão deve “dia a dia tomar a sua cruz” (Lucas 9.23). 

Este ensinamento bíblico tem sido tão amplamente negligenciado que agora precisa ser reforçado. O primeiro grande segredo da santidade jaz no grau e na determinação de nosso arrependimento. Se pecados insistentes persistentemente nos perseguem, ou é porque não nos  arrependemos verdadeiramente, ou porque, tendo nos arrependido, não  permanecemos em nosso arrependimento. É como se, tendo pregado a nossa velha natureza na cruz, continuássemos ansiosamente retornando à cena da sua execução. Começamos a acariciá-la, a mimá-la, a ansiar por sua libertação, até mesmo tentamos retirá-la novamente  da cruz. Precisamos aprender a deixá-la lá.

Deus te abençoe!

Referências:

CPAD. Lições Bíblicas, Professor, 1º Trimestre de 2023, pp. 83-89.

Stott, John R. W. A Mensagem de Gálatas 1ª Edição - 1989. 3ª Reimpressão - 2000 . pp.132- 141. Editora ABU.

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