Pois a Macedônia e a Acaia tiveram a alegria de contribuir para os pobres dentre os santos de Jerusalém (Romanos 15.26).
A contribuição financeira é uma prática antiga. No texto acima vemos uma contribuição alegre, para um local definido (Jerusalém) e pessoas certas (os pobres dentre os irmãos). A contribuição cristã começa prioritariamente entre irmãos, onde há o conhecimento das necessidades do nosso próximo, membro do mesmo corpo, o de Cristo.
“Irmãos, contribuam com a obra do Senhor”
Se você faz parte de uma comunidade evangélica, possivelmente ouve essa frase quase diariamente.
Obra do Senhor? Que obra está sendo feita? Busque transparência junto à sua comunidade para evitar a contribuição cega.
Responda a essas perguntas antes de contribuir:
O pastor de sua igreja conhece cada membro individualmente?
Cada família ligada à sua igreja está suprida com roupas e alimentação diária?
Não estou sugerindo que o pastor crie uma “bolsa família gospel”, mas que analise a vida de cada um, para não haver necessitados entre o povo de Deus (1 Coríntios 12.25-27).
O pastor deve saber se a família possui renda única, se todos estão desempregados e o motivo. Se faltar qualificação, então, o pastor, em nome da igreja, deve oferecer ajuda. Alguns podem questionar: mas isso sai caro. E eu respondo: se o pastor for portador das qualidades apresentadas pelo apóstolo Paulo, com bom testemunho dos que estão de fora (1 Timóteo 3.7), com certeza conseguirá boas parcerias para fornecer qualificações a preço de custo ou gratuitamente.
Ao conseguir a recolocação do irmão no mercado de trabalho, a igreja local deve supri-lo com uma cesta básica durante o mês, até receber seu salário (Conf. Josué 5.12; Salmo 128.2). Assim a maldição da fome e da miséria é quebrada, a igreja ganha mais um testemunho de vitória, um membro disposto a ajudar, assim como foi ajudado.
Quando vir uma igreja apresentando fotos de países subdesenvolvidos, com pessoas necessitadas, pedindo ajuda de todos, observe se essa igreja ajuda os irmãos locais. Quem não faz pelo próximo, não fará pelos de longe, e não faz sentido a minha família passar aperto porque estou “ajudando” outros em suas necessidades. Quem não cuida de sua família não é apto ao santo ministério, e quem não cuida daqueles a quem Deus lhe confiou no ministério local, não merece confiança para ajudar os de longe, pois, certamente a sua ajuda não chegará lá.
Mas o pastor tem parte na obra de Deus, pois, quem trabalha no evangelho deve viver do evangelho! (1 Coríntios 9.14) Sim, irmão, esse texto bíblico não passou despercebido. Trata-se de um chamado à transparência.
Quanto a atitude individual no trato com os pobres, o sigilo deve ser mantido, para receber recompensa de Deus (Mateus 6.1-4). Mas onde a contribuição é coletiva, as boas obras devem ser do conhecimento de todos, para a glória de Deus. Isso é o resplandecer da luz da igreja (conf. Mateus 5.16).
Se os irmãos da igreja vendem o almoço para comprar a janta e o pastor anda em carro blindado e cheio de seguranças, então algo precisa ser revisto.
Jesus e seus discípulos andavam no mesmo nível social. Diante dos soldados romanos foi reconhecido pelo sinal do traidor (Marcos 14.44).
Mas Jesus tornou-se pobre, para que pela sua pobreza nos tornássemos ricos (2 Coríntios 8.9). Todos ali eram pobres.
Sim, mas se a igreja for necessitada e o pastor, rico, falta cumprir a parte b desse versículo. E Jesus não é culpado. Os simples estão transferindo o fruto do seu trabalho, semeando em solo alheio.
Quando a administração das ofertas for transparente, mais ofertantes surgirão e o som das ações de graças aumentará (2 Coríntios 9.12).
Entenda, irmão, que se alguém pode gerir suas finanças na ajuda a outrem, muito mais você. Comece ajudando os seus, os membros da sua família e a partir daí vá ampliando sua contribuição, conforme propôs no seu coração (2 Coríntios 9.7).
Deus te abençoe!
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